quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Ao pó

E se cada dia é uma luta, quais as pequenas vitórias diárias? Quais os segredos que precisam ser contados hoje, quais as provas a serem ultrapassadas? Quantas pedras, quantos obstáculos, quantas descrenças até o próximo passo? Quantos afetos e desafetos? Quantos, até quando, desfeitos feito pó.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Pois é...

Acalma esse coração, pequena, que desespero nunca resolveu problema.


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Você finge que não te chateia.
...















Mas por dentro quer explodir.

Talvez seja a hora

Talvez seja a hora sim, mais do que hora de deixar as velhas amarras para trás, de me permitir um pouco mais. Talvez já esteja na hora de tirar as roupas que não me servem mais do guarda-roupas e permitir que rodem o mundo, que vistam outros corpos. Também, talvez esteja na hora de investir em outros textos, de criar outros personagens, evitar as repetições que trazem angústias. Hora de sorrir mais, de falar menos, de correr na chuva dos desafetos - se assim a vida exigir. Talvez, também, tenha chegado a hora de me entregar a novas sensações, provar outros sabores, falar sobre outros amores, cantar canções impopulares. E, por que não, colorir com aquarelas, traçar riscos mais soltos, dançar ballet clássico e passar uma tarde toda de domingo chuvoso só de bobeira. Ainda, talvez tenha chegado a hora de cuspir a dor pela janela, mandá-la embora e dizer que não quero que volte. Talvez tenha chegado a hora de viver - e ser, e venSER.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

E tenho dito.

Penso que Foucault tenha sido genial ao estudar o humano e ser capaz de afirmar que a diferença entre uma atitude dita normal e uma tomada como loucura era o poder desta em desconsertar as pessoas. E, para fechar, "hoje não escondo nada do que sinto e penso, e às vezes também sofro com isso, mas ao menos não compactuo mais com um tipo de silêncio nocivo: o silêncio que tortura o outro, que confunde, o silêncio a fim de manter o poder" (Martha Medeiros). E sustento isto!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

O que, do presente, você gostaria de eternizar para o futuro?

Um sorriso, uma piscadela de canto de olho, uma gargalhada gostosa, o cheiro da casa da vó, o gostinho da sopa da mãe, o azedinho do primeiro tombo de patins. Um presente, enfim.

 - A vida em um click.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Another place


I tried carrying the weight of the world
But I only have two hands
I hope I get the chance to travel the world
But I don't have any plans ♪

domingo, 18 de agosto de 2013

Reflexões no espelho

Ontem minha terapeuta me perguntou se eu já havia parado para pensar no quanto eu sou guerreira. Eu precisei admitir para ela que estou tão focada nos meus defeitos e no quanto tenho sido falha, que não, nunca havia pensado no quanto fui ou estou sendo guerreira. Mas me propus a fazer essa análise e descobri que ela tem razão sim e eu tenho lutado muito, a despeito de tanta autocrítica – acho que a gente acaba sendo cruel demais, exageradamente exigente conosco. E depois de refletir um pouco sobre isto, sobre o quanto eu posso ser mais gentil comigo mesma e assim facilitar em muito meu processo de crescimento e amadurecimento, percebi que serei mais feliz por estar olhando para quem eu sou e não para quem eu não consigo ser. E assim, me dou conta de que a alimentação (que nada mais é o que sustenta a vida) deixa de ser um problema para se tornar o meu impulso para continuar firme todos os dias, lutando pelos meus sonhos, lutando pela minha recuperação – sendo forte e guerreira. Lembrei com carinho de uma amiga que sempre me dizia que “a gente não deve lutar contra as coisas, mas escolher aquelas pelas quais se pode lutar a favor”. Então, bora lutar a favor da vida? :D
E, para começar, estou me sentindo forte o suficiente para fazer - e comer! - aquela pipoca com chocolate que há tantas semanas têm passado pela minha cabeça e que ainda não tive coragem de aproveitar.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Avante, soldados!

Eu dizia que as últimas semanas têm sido difíceis... A viagem da semana passada para Floripa também foi, porque era muita convivência com as pessoas, muito tempo e em horários complicados. Muitos "mas você não vai comer? Não vai jantar?" e sei que é difícil de entender, e entendo mesmo que as pessoas não entendam, por que como assim não vai fazer isso que é básico? Só que, por outro lado, são "rituais", coisas, que eu me acostumei a fazer por tantos anos e meu organismo acostumou também... Eu não vou desmaiar por ficar 20 horas sem comer nada porque meu corpo se habituou a viver assim. Então, me incomoda o fato das pessoas se incomodarem com isto, mas ao mesmo tempo admito que fico contente por elas se importarem. Não dá para se desvencilhar, apenas admitir (um grande progresso, para quem até um mês atrás não tocava no assunto!), que "olha, eu tenho algumas dificuldades com relação a isto, mas fica tranquilo que estou legal"...
Infelizmente essa "cura" da noite para o dia que eu quero, e que é a tentativa de amadurecer a ideia de um tratamento mais intensivo em uma clínica especializada, não vai acontecer assim, em um piscar de olhos...

Então... Avante soldados, a luta não pode parar! :)

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Diários

Mas um dia, de repente, você descobre que não consegue fazer coisas simples. Que isto, que todo mundo diz natural e esperado, não pode ser concretizado em um piscar de olhos, como geralmente é. Descobre que precisa investir em algumas necessidades básicas, como comer, para viver. Mas que relações simples - e uma vida simples, por que não? - não são suficientes para te fazer feliz e conviver bem com todo mundo. É neste dia que surgem as lágrimas, as culpas, as cobranças. É neste momento que as insatisfações superam as conquistas e que as coisas que se preza vão ficando para trás, como a família, os amigos, as relações sociais. E o que se faz de um ser, naturalmente, social que se descobre incapaz de ser social? Neste dia, contar até três, ou até três zilhões, não faz passar.
Admito que é mais fácil entender que as pessoas não podem entender, do que lidar com o fato do que elas podem compreender o que se passa dentro de um coração que pulsa em completo desalinho.
Quando se convive somente com si mesmo é fácil manter os rituais, as dietas, as restrições, controlar a culpa. Mas (con)viver tampouco se trata de um exercício simples. Conviver é contato, é relação, é outro. Um outro que somos incapazes de aceitar e que, por isso, sublimamos. Até os primeiros desmaios, até a primeira internação, até as primeiras "forçações de barra", insistências, perguntas. Perguntas, perguntas e mais perguntas. Sobre comer, sobre comida, sobre insatisfações, sobre quais seriam as outras saídas. Mas elas não podem ser respondidas. Não agora, não sob tais indagações, não tão claramente.
Eu confesso que achava que contando para minha família, que abrindo o jogo de cara limpa e despida de armas eu enfrentaria todos os meus monstros e os derrotaria. Mal sabia eu que as batalhas com nossos demônios são diárias e incansáveis - e esta é a única forma de sobrevivência que não pelo retorno à anorexia.
Ver todo mundo sair junto para jantar e querer ir, mas precisar reconhecer que não é capaz não foi fácil. Incrível que uma prestação de contas que eleva a culpa em detrimento das relações vença de forma tão incisiva: e que minha vontade de continuar enfrentando as batalhas diárias com meus demônios seja maior que meu medo de perder para eles.