Os problemas começam quando você espera que o mundo seja bom, quando na verdade ele só está aí para ser vivido, usufruído.
Os problemas começam quando você tem medo de sair de seu quarto e passar na cozinha, e não resistir a comer guloseimas, e passar no banheiro, e vomitar tudo, pela terceira vez hoje. E saber que, ainda assim, você continua engordando.
Os problemas se prolongam quando você pensa em escrever para a sua nutricionista e contar que está vomitando, mas saber que não é ela quem vai resolver. Que você precisa de uma terapeuta, que a sua está longe, e que você não quer começar tudo de novo, sem saber bem com quem.
Os problemas se mantêm quando você continua escondendo, se escondendo, mentindo – para os outros, para si.
Os problemas parecem muito grandes quando você percebe que não tem mais amigas, que sua família é distante, que sua vida é vazia, que está sozinha, que é um risco muito grande, porque não contar é fortalecer o T. A. E então os problemas ficam muito grandes, porque você lembra de tudo por que passou, lembra dos desmaios, dos choros, das críticas, das preocupações, dos hospitais. Você lembra que sobreviveu, mas tem medo de não ter a mesma sorte desta vez.
E os problemas terminam só quando você perde o chão. Outra vez.
Os problemas começam quando você tem medo de sair de seu quarto e passar na cozinha, e não resistir a comer guloseimas, e passar no banheiro, e vomitar tudo, pela terceira vez hoje. E saber que, ainda assim, você continua engordando.
Os problemas se prolongam quando você pensa em escrever para a sua nutricionista e contar que está vomitando, mas saber que não é ela quem vai resolver. Que você precisa de uma terapeuta, que a sua está longe, e que você não quer começar tudo de novo, sem saber bem com quem.
Os problemas se mantêm quando você continua escondendo, se escondendo, mentindo – para os outros, para si.
Os problemas parecem muito grandes quando você percebe que não tem mais amigas, que sua família é distante, que sua vida é vazia, que está sozinha, que é um risco muito grande, porque não contar é fortalecer o T. A. E então os problemas ficam muito grandes, porque você lembra de tudo por que passou, lembra dos desmaios, dos choros, das críticas, das preocupações, dos hospitais. Você lembra que sobreviveu, mas tem medo de não ter a mesma sorte desta vez.
E os problemas terminam só quando você perde o chão. Outra vez.
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