sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Das voltas que a vida dá

 Fiquei um tempo sem passar por aqui. Dois anos. Pois é, a gente acha que passa, que foi para outro lugar, que as coisas já mudaram tanto que não faz nem sentido, mas nos encontramos com nosso próprio eu em uma versão desatualizada ali na próxima esquina.

Hoje a ansiedade está batendo rasgando. Está saltando do peito. Está difícil de aguentar. "Vou tomar um remedinho, porque...". Porque anda doído mesmo. Hoje eu subi no ônibus e só fiquei com vontade de chorar. Coloquei o óculos escuro para não chamar muita atenção. Fiquei com medo, com a garganta apertada. Com aquela certeza de que catástrofes vão seguir acontecendo. Como já aconteceu. Que ia ter uma assalto. Que eu ia reagir. Que meus pais iam vir para levar meu corpo inerte, peso morto, para casa.

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