Sabendo que tudo passa, hoje abri a janela. Deixei o sol entrar, pois daqui a pouco ele vai passar. Daqui a pouco a noite vai cair e golfadas de vento gelado de outono vão passar pelas frestas das portas, das paredes, dos telhados, vão entrar pelas brechas da alma, aninhar-se na válvulas do coração. E com o sol, com o vento, também os pesadelos, os sonhos ingênuos, também os amores passarão, as amoras da estação. Também no brilho de teus olhos, nas sirenes dos carros da rua, o tempo passa e leva a sombra, a luz, a vida. Lava a alma e limpa as lágrimas dos olhos, o brilho dos olhares.
O tempo vem, passa, leva a poeira, as esperanças, leva a vida, as mãos, os lábios, as palavras. Passa. Deixa - o medo, os olhares, sorrisos, encantos. Deixa, também, a vida, com olhares e silêncios.
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