terça-feira, 26 de abril de 2016

Caramujo

- Como um caramujo.
Ela ouve por acaso Etienne falar perto da porta dela.
- Toda encolhida ali dentro.
No entanto, ela estava com raiva. De Etienne, por fazer tão pouco, de madame Manec, por fazer tanto, do pai dela, por não estar aqui para fazê-la entender a ausência dele. Dos olhos dela, por não funcionarem. De tudo e de todos. Quem sabia que o amor poderia matar?

- Anthony Doerr, in Toda Luz que não podemos ver, p. 230.

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