Olhar para o espelho e outra imagem ver
aqueles mesmos grandes olhos verdes,
curiosos, a espreitar.
Os lábios finos e frágeis,
as mãos calejadas pelo tempo.
É sentimento que também vem.
De perceber que os filhos cresceram, que os netos chegaram
e que as noites se tornam mais longas no verão.
Agora, o que vê é uma mistura de desejo com nostalgia,
saudosismo de um tempo que não há de voltar mais.
Crescera, e era apenas isto.
Envelhecera! E com o tempo não poderia discordar.
Agora, eram novos planos, novas ideologias.
Uma meta, é verdade, que persistia.
A canção trocada e os anos somados,
mas lá no fim, nada resta a não ser olhares e silêncio.
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