Ele fala com tanto carinho e sinceridade que me sinto tentada, mas ainda do que nas saídas recentes com Angel, em que bebi e fiquei doidona e louca de vontade de contar para ela. Já segurei por tanto tempo. Preciso desesperadamente passar pelos próximos minutos, talvez fosse melhor se eu pudesse falar, contar para alguém. Eu hesito, quase falando, como se elaborar as palavras pudesse tornar tudo pior ou melhor. É como se eu estivesse no alto de um trampolim, com o corpo encolhido, flexionado, formigando. Será que posso? Ou não posso? Controlo meus nervos e dou um passo à frente, para o vazio.
- Tina Seskis, in Indo longe demais, p. 169.
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