Hoje tirei tudo que havia de você das gavetas.
Abri a portas do guarda-roupas e, uma a uma, separei suas
coisas das minhas, a minha vida da sua. Tirei, organizei, limpei com água e
escova tudo o que ainda havia de você dentro do meu quarto. Empilhei tudo em
caixas e levei pra baixo, deixei do lado de fora do portão. A noite choveu,
pela manhã o sol. Mais tarde alguns adolescentes passaram e chutaram as caixas
com os pedaços de você. Mas, mesmo
agora, ninguém te recolheu.
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