É aquele tipo de livro que te escolhe, não aqueles que é você quem escolhe. É aquele tipo de livro em que, conforme o avançar das páginas, você sente que a autoria é sua, e fica até um pouco indignada, não entendendo como é que escreveram a sua história sem lhe perguntar.
Mas não é. Indo Longe Demais é simplesmente uma história comum, dessas com a qual muita gente se identifica, então ter acontecido comigo não tem nada de especial. Mas que é também uma dessas histórias que, embora comum e trivial, é capaz de mudar algumas coisas na sua vida, sem dúvidas de que é para melhor. Ele não te ganha só pela capa. Ganha pela sensibilidade, pela ousadia, ganha pela esperança que devolve ao leitor, de que algum dia, tudo vai ficar bem, enfim. Talvez, Indo Longe Demais ter me escolhido neste momento tenha sido a promessa de um futuro novo, em um lugar como esse em que a gente deixa as coisas passarem, não remói demais, não revive demais, não tenta consertar o passado pelos passos dos outros. Aí então é permitido levantar voo. É permitido voar, não para longe demais, mas para algum lugar em que haja afago para o seu coração.
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