quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O que ninguém conta sobre fazer dieta



Que perder peso autoriza um biquine menor, uma tarde na piscina, saia curta, vestido justo, brigadeiro no final de semana e etc, etc, todo mundo sabe. Mas quero falar sobre as coisas obscuras sobre fazer dieta, aquelas que ninguém conta, que ninguém comenta.
Por exemplo, ninguém me falou que emagrecendo 15 quilos, obviamente, por consequência minhas calças não me serviriam mais e ficariam feias em meu corpo se as vestisse. Ninguém disse que renovar um guarda roupa inteirinho custa muuuuuito caro para quem não tem hábito de fazer isto. Então, ontem, peguei minhas cinco calças jeans mais bonitas, novas e de marca, e as ofereci em um brechó, para ver se eu conseguia alguma coisa com elas e o quão espantosa não fiquei ao perceber que minhas cinco calças jeans (caras!) não seriam compradas por um valor suficiente para eu comprar nem uma calça nova da mesma marca – mesmo que quatro tamanhos menor.
Tudo bem, comecei pelo mais fútil, dirão os leitores, mas as roupas a serem usadas também são importantes, afinal não dá pra ficar pedindo roupa emprestada para as amigas o tempo todo, não é?
No entanto, tem outra coisa que incomoda muito mais do que as calças jeans grandes demais que nem pregas resolvem... Todos aqueles que me incentivavam na dieta, mesmo que não de forma direta, não falaram nada sobre a baixíssima tolerância ao frio que eu teria. Vivo com frio, o tempo todo. As mãos roxas como de morta, queixo batendo, braços e pernas arrepiadas. Ninguém falou sobre os blusões no verão e que duas cuias de tererê gelado me exigiriam colocar um par de meias. Ninguém falou. Disso ninguém fala.
Ninguém falou também que pessoas que fazem dieta não querem ser MAGRAS, mas EMAGRECER. Mais e mais e mais. E aí, claro que você começa a se olhar nos espelhos e parece que seu braço está imenso, as coxas gigantescas, mas na verdade é só pele flácida, afinal foram gorduras e músculos que o organismo sumiu em alguns meses. Mas o espaço pertencente a eles ficou. Embora agora, tudo flácido.
Então, quero dizer o quê? Que tudo isso tem muito pouco a ver com IMC, taxas de colesterol, etc. Tem muito a ver com uma insatisfação gigantesca, muitas vezes proporcional ao excesso de peso (se é que ele existe mesmo), dentro do coração. E nessa lógica, hoje, sou uma pessoa menor, mas com os mesmos problemas – ou, diria mais, com problemas ainda maiores, porque a bulimia passou a me acompanhar a cada ida a um jantar ou uma festa, a cada pedaço de bolo recheado de cenoura em que a irmã anorexia gritava na minha orelha “você não pode fazer isto”. No final das contas, sou uma pessoa muito maior e mais cheia de problemas.
Então, talvez seja a hora de perguntar às pessoas que nos incentivam nas dietas dizendo “nossa, como você está linda” e equiparando linda a magra, ou “não vá engordar tudo de novo”, etc. etc., se elas podem falar também sobre as outras coisas pelas quais passam as pessoas que fazem dieta. E também nos permitir avaliar, em nome da felicidade, se precisamos mesmo de uma dieta e sob quais condições.
Para que seu mundo não vire um “inferno diet”, pergunte-se sobre o que há por trás da sua dieta.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

domingo, 6 de outubro de 2013

Nos embalos de hoje...

Ela vem subindo a rua
Ela vem imaginando uma solução
Ela anda no mundo da lua
Ela anda na sua solidão

Sonhos perdidos no tempo
Para onde o vento irá soprar
Ela quer entender o momento
Talvez seja a hora de repensar

Não há mais porque não acreditar
Não há mal nenhum em se deixar levar

Cachorro Grande, in Na sua solidão