terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Canção

Às vezes, no meio da noite, eu acordo. E ainda penso em ti.

Tapo os ouvidos

Porque eu não quero acreditar que o amor no nosso peito seja menor que nossa arrogância.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Retrato autobiográfico

Como começam as histórias que contas para si? Com que cor de lápis as escreve? Para quem ouvir? Quais são as palavras que encontras para dizer a si mesmo o quanto está bem ou está mal, como reclama as angústias da vida, como encara seus medos e persiste em seus objetivos? Em que papel escreves tuas histórias? São na areia de uma praia deserta sob a luz do luar? Ou preferes cartas em pergaminhos amarelados, engarrafados e jogados ao mar? Quem nunca sonhou com uma história de amor e desejou contá-la para os netos que ainda não nasceram? Com quantas letras és capaz de contar uma história nova, rabiscar um romance mamão-com-açúcar ou recriar seu personagem de desenho favorito? Quantas frases cabem em uma carta, quantas orações são ditas em uma história? Sob páginas e páginas, sob lágrimas e mais lágrimas. Um retrato autobiográfico.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Just give me a reason

Mas falas sozinha a noite, enquanto dormes e logo após adormecer. Ouço em meio a teus sussuros umas poucas palavras inteligíveis, um adeus, um pedido de perdão, diz que estás com medo. E choras. Ah, se tu soubesses que em meio a tantos pesadelos e ferrugem há plumas de pássaros brancos, minha querida. Ah, se tu soubesses que todo esse teu medo é invenção, que pessoa melhor serias. Mais leve, menos dura. Serias tu, simplesmente o que és. Ainda que esperasses por mim e por uma razão para tudo.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Medo do escuro

Noites em que o indizível precisa sair da cabeça, porque não permite que também nada entre no estômago. Noites de olhos abertos, claros e avermelhados. Noites mal dormidas, sentidas, sofridas. Noites em que o coração fala mais alto que a garganta, que os sonhos não vêm, dando lugar aos pesadelos. Coisas demais em uma mente que possui tão pouco a oferecer, além de sono e desespero. Noite enquadrada em uma janela cor de fogo.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Faz, faz de conta...


Pretend, pretend that she wasn't crying to inside...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Sob a luz

As pessoas não são más. Elas só estão perdidas. Ainda bem. Ainda há tempo.

- Criolo, in Ainda há tempo.

Coração

Coração dispara. Não dá pra saber se é medo ou raiva. Nada pode ser esquecido. Nada foi, efetivamente, esquecido e por isto dói. Um engasgo na garganta. Às vezes parece que as pessoas fazem questão de magoar, de machucar. Será que não percebem que ao manterem comportamentos nocivos para si, mantêm a dor daqueles que os amam?! Às vezes, até mesmo, não dá para crer que as pessoas não sejam más de fato, que apenas estejam perdidas e que ainda há tempo. Faz-me, inclusive, crer que talvez o melhor seja a solidão. Que talvez permanecer o mais distante possível de todos, viver uma fase bastante 'in' seja o mais saudável, que talvez se abster de dizer coisas, de expressar emoções, deixar de aparecer nos locais, seja mesmo o melhor e mais justo a fazer em prol de uma alma inquieta, de um coração que bate apressado, aos tropeços. Um coração que novamente sussura maldades em ouvidos que precisam de acolhimento e proteção. Medo, muito medo, é o que resta no fim, por cima de lágrimas - de tristeza ou de raiva.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Desejo

E o que a gente faz quando quer que tudo termine antes mesmo de começar?

Nuvens

Olho pela janela e vejo um lindo céu azul celeste com poucas nuvens e um sol brilhante e claro, certamente um dia estranhamente atípico em Irati. E mesmo diante deste belo céu e dia claro eu sinto um vazio gigantesco. Pela primeira vez nestes cinco anos de psicologia eu não me sinto extremamente extasiada em voltar para Irati e aguardar a primeira semana de aula. Mesmo diante de outros anos difíceis, eu ainda voltava com uma energia imensa para mudar o mundo com a minha graduação, porém hoje não me sinto assim. Hoje, neste início de 2013, em específico, as coisas parecem chatas, monótonas e uma verdadeira obrigação. Quase um peso. Mas ainda assim, eu lembro que fiz uma promessa, uma daquelas promessas que fazemos enquanto se come 12 frutas diferentes - uma para cada mês - na noite de ano novo, que eu não iria reclamar. Que as escolhas foram minhas e que neste ano eu não iria reclamar. Eu iria aceitá-las, porque aceitar as minhas escolhas seria o mesmo que aceitar a mim mesma, como sou. Com estes mil e um defeitos e imperfeições, com minhas qualidades e meus desejos. Aceitar a mim mesma seria quase o mesmo que viver o que vier e aproveitar ao máximo cada pedacinho de vida em minhas mãos. Algo muito mais interessante do que olhar pela janela a rua vazia e esperar o tempo passar diante de meus olhos, de minha vida, de minhas escolhas, de meus medos, de meus desafios. Tempo, tempo, tempo. Tanto tempo na minha cabeça. Nuvens escuras e carregadas em um céu claro e contagiante.