sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Importantes insistências

Não desista, jamais, das pessoas que você ama... Elas podem magoar, ferir, mas são humanas, assim como eu e você e têm os seus defeitos e seja, talvez, exatamente por causa deles que as amamos tanto...
Lembre-se: distância não mata... Nos ensina a suportar uma perda invisível e que nos machuca demais!
É preciso ter sensibilidade pra dizer 'eu preciso de você' e sinceridade pra dizer 'eu te amo'. Essas frases são especiais demais para caírem na banalidade.

Tenha a alma exposta e a cara lavada sem ter medo de parecer frágil ou vulnerável...
Não tenha medo de ser feliz!

Do escuro começou o teatro...


"Na madrugada escura à sombra de mesas, cadeiras e quadros pretos na parede derramados sobre o negrume intocado é que talvez tenha começado o teatro."

Poucas horas... E tudo muda!

Em apenas algumas horas o país todo vai parar e por torno de 15 minutos será como se uma nuvem mágica pairasse sobre nossas cabeças: ano novo, vida nova, tudo mudou!
Na realidade, pouco muda. O calendário sim, as velhas agendas inutilizadas, as crianças ainda rabiscarão muitas datas até acertar que já não somos 2010, mas somos 2011. Somos ano ímpar, somos diferentes, somos melhores, somos enfim outros! Somos uma nova volta em torno de um novo ciclo que começa agora e que promete ser melhor, ser muito melhor, ter muito mais oportunidades e etc, etc. Mas o que muda realmente é nossa cabeça, nossa vontade de que o coração bata mais forte e de que possamos dizer: que bom que você chegou!

Então, só me resta desejar um grande 2011 de muito mais coragem, muito mais ousadia e muito mais responsabilidade acerca daquilo que fazemos com ele! Que seja tudo fantástico! Feliz 2011 a todos nós!

Apontamentos.

E ela decidiu, como sempre acabava fazendo, que a vida era maravilhosamente excitante e que não importava como as pessoas eram por fora: por dentro, eram todas iguais. Todos gostavam de rir, de conversar, de sonhar... e de fingir que eram sempre corajosos, que jamais se deixavam abater pelo sofrimento e que a tristeza não passava de uma indisposição momentânea, que logo iria embora. E, na maioria das vezes, ia mesmo.

Tudo porque acreditava que sim, "a escolha é sua, ela é que será demoníaca ou anjo".

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Se lembrar de celebrar muito mais...


... a porta aberta, o porto, a casa, o caos, o cais.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Não: já não falo de ti!

"Não: já não falo de ti, já não sei de saudades.
Feche-se o coração como um livro, cheio de imagens,
de palavras adormecidas, em altas prateleiras,
até que o pó desfaça o pobre desespero sem força,
que um dia, pode ser, parece tão terrível.

A aranha dorme em sua teia, lá fora, entre a roseira e o muro.
Resplandecem os azulejos- e tudo quanto posso ver.
O resto é imaginado, e não coincide, e é temerário
cismar. Talvez se as pálpebras pudessem
inventar outros sonhos, não de vida...

Ah! rompem-se na noite ardentes violas,
pelo ar e pelo frio subitamente roçadas.
Por onde pascerão, nestes céus invioláveis,
nossas perguntas com suas crinas de séculos arrastando-se...
Não só de amor a noite transborda mas de terríveis
crueldades, loucuras, de homicídios mais verdadeiros.

Os homens de sangue estão nas esquinas resfolegando,
e os homens da lei sonolentos movem letras
sobre imensos papéis que eles mesmos não entendem...
Ah! que rosto amaríamos ver inclinar-se na aérea varanda?
Nem os santos podem mais nada. Talvez os anjos abstratos
da álgebra e da geometria." (Cecília Meireles)


P.s.: E se não falo mais é porque, enfim, deixei-te morrer e partir em Paz contigo e comigo! Adeus.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Pela janela...

Nada

“Nada”. Não queria nada. Aliás, queria sim. Queria que ele fosse embora. Buscava ser entendida, vivida e não apenas lembrada por sua descompostura e inconstância. Ela ainda era uma menina e disto não havia dúvidas, de que esperava que a vida e o tempo se articulassem ao seu ritmo e não o oposto, pois era cômoda demais e sempre esperava que as lembranças não a atormentassem ou que ao menos não incomodassem por tempo suficiente a se aventurar em um novo romance, mais seco e da mesma forma menos romântico. Buscava um romance que lhe fosse ardido, colérico e menos vulgar, o que de certa forma o tornava menos intenso e menos passional. No final de suas linhas, sempre um adeus, um até mais sem fim ou um beijo seco e forte, ao sabor de chocolate meio amargo. Em contrapartida, desejava um olá sincero e compromissado, um cumprimento que lhe soasse simples e confortante – talvez por conta disto mergulhasse por muitas vezes na insatisfação de relacionamentos promíscuos e superficiais. “Pare. Seque essas lágrimas falsas e vá embora”, era tudo o que desejava: que se fosse, que abandonasse seus sonhos, seus projetos futuros, e que fosse embora com a chuva que batia com intensidade na janela ou como as lágrimas que escorriam quentes de sua face ruborizada por um misto de raiva e displicência. E num piscar de olhos, a silhueta dele não era mais que um vulto na escuridão, nada além de uma mancha negra que se desfazia, murcha, no infinito de seus olhos úmidos e descompassados.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Será mesmo que de tudo fica um pouco?!

"A talita tem os olhos verdes mais impressionantes que já conhecí;
É atraves deles que se é possível perceber a verdade dessa menina, que tenham certeza, vai longe. Me sinto um adolescente perto da sua serenidade, e encantado pela segurança que ela tem ao saber o que quer da vida. Futura Psicóloga, vai ainda morar no Japão... gosta de teatro, e já fez dança-teatro, mesmo que alguns digam que não... enfim, adoro o seu bom gosto. Não vejo a hora de te receber na minha nova casa, que nem eu sei ainda onde será, e poder lhe oferecer aquele chazinho japonês prometido. Saiba que onde estiver, sempre terá um lugar no meu coração, porque o carinho que tenho por você é vitalício. Tem vezes que um olhar diz mais que muitas palavras, é assim que me sinto quando estou perto de ti... como se confraternizássemos um mundo inteiro em poucos segundos, sem precisar de esforço algum. Te amo pra sempre."
C.S

domingo, 19 de dezembro de 2010

É Natal

Todo ano é a mesma coisa, mas ainda assim a gente rejuvenesce nesta época do ano. Todo mundo pensa nos presentes, na ceia natalina, em ver a família toda reunida e rever os velhos amigos, as tias queridas, os primos chatos. O fato é que toda a família se encontra e faz uma festa bem grande, troca presentes, abraços e desejos de um Feliz Natal. Após isto todo mundo dorme tarde, acorda tarde no dia seguinte e a festa continua, sem falar quando se resolve prorrogar o clima natalino para o ano novo. Aí sim, mais orgias gastronômicas, época de engordar uns dois ou três quilinhos, para iniciar aquela dieta sagrada no mês de janeiro.

Ao mesmo tempo, muitos de nós – se não todos – se pegam pensando e questionando a vida, os feitos do ano que se passou, as promessas não cumpridas, as realizações não sonhadas. De que forma fomos importantes para os filhos, mudamos o ano dos companheiros ou contribuímos com um futuro melhor por meio do nosso trabalho. Da mesma forma, é o momento ideal de comer 12 grãozinhos de uva, fazendo um pedido para cada mês do próximo ano, que a gente acredita terem se realizado, pois por acaso alguém se lembra quais foram os pedidos do ano passado?!

O importante é que neste momento todos se dão ao direito de sonhar. Neste momento todos desejamos que nossos pais, namorados, esposos, familiares queridos, sejam felizes e realizados. Todos andamos por aí com um sorriso no rosto, cordialidade no coração e afeto nas mãos. Até mesmo os vizinhos (desconhecidos) se abraçam. Ah, clima gostoso esse do Natal... Bom mesmo se conseguíssemos levá-lo não apenas até o ano novo, mas para a Páscoa, dia de Nossa Senhora Aparecida, até o próximo Natal. Mas pensando bem, se conseguimos manter a alegria e a solidariedade natalina com as pessoas que a gente ama, não deve ser tão difícil aprender a amar quem ainda não é amado. Tudo em nome de um bom e próspero Natal.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Chora, menina, chora...

Saia deste coração. Vá embora enquanto se sofre menos. E diga para seu coração que o meu já o esqueceu... Que ele não quer mais lembrar de você como se lembra de um sonho qualquer, porque não representou apenas isso.
E agora, chora, menina, chora. E deixa tudo isto para trás. Se acredita que é importante tomar isso para sua, pensa que é melhor fugir enquanto há tempo, que não há propósito na dor de levar adiante quando se sabe que doerá muito mais... Então por que não interromper o processo ao meio?!

5 minutos

Mais 5 minutos. Eis o tempo necessário, eis a cantiga que me cansa.
Se te espero por um dia todo, os últimos cinco minutos são uma vida inteira.
É pouco para quem aproveita o último aniversário, ou para quem ouve pela última vez um "eu te amo". Mas é muito para quem canta há três horas a fio, ou para a criança que aguarda o presente do Papai Noel. Também é muito quando se trabalha trinta dias para receber o pagamento do mês.
5 horas... 5 horas quando o tempo não passa, quando a fila é grande, quando o almoço atrasa. E nem por isso se perde a fé e a esperança de que um dia chegaremos lá... De que um dia tudo há de mudar. E de que seremos, enfim, felizes para sempre... E para sempre, sem fim.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Ninguém é alguém sem ninguém

Algumas vezes nos deparamos com coisas que são muito maiores, que vão muito além do que as palavras têm capacidade de falar, do que as pessoas possam enfim expressar, possam contar ou simplesmente procurar alguém que os ajude a não desistir, a pensar que as coisas podem ser muito maiores, muito mais valiozas e muito mais especiais quando as pessoas que nos amam demonstram que nos amam de fato, pois as vezes o subentenedido apenas não faz sentido. As vezes as coisas precisam de muito mais do que palavras pra explicar e dizer o que se passa efetivamente diante de um relacionamento humano que busca em si algo mais que um colo todas as vezes em que alguém chora ou que uma voz clama lá no infinito.
Não se trata de ligar o rádio e ouvir outras vozes, porque as vezes o que se precisa é calor, é alguém dizer o quanto você pode ser importante, o quanto você consegue ser importante.
De qualquer forma, as coisas podem ser relembradas, rememoradas e no fim, ninguém consegue ser alguém sem ninguém. E isso é preciso entender.

sábado, 30 de outubro de 2010

Meus três desejos

Nesta vida ...
Pode-se aprender três coisas de uma criança:
Estar sempre alegre, nunca ficar inativo,
E... chorar com força ...
Por tudo aquilo que se quer.

Paulo Leminski

E o tempo passar...

"Estou como se ja tivesse alcançado o que eu queria
e continuasse a não saber que alcancei.
Será que foi essa coisa meio equívocada e esquiva
que chamam vagamente de "experiência"?

Clarice Lispector

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Encantos à beira-mar

Tarde nublada e quente. Um banquinho à beira-mar. Praia movimentada, mas vazia.
"Você quer ouvir?". Não, não era isso que queria dizer... Melhor perguntar se ela poderia falar.
Foram muitas palavras... Palavras que jorraram de sua boca, que pouco dizia. Em verdade, nada dizia, mas urrava em silêncio. Uma mistura de raiva ressentida com submissão não dita.
E sua história foi saindo... Foi cuspindo letrinhas frias e sem lágrimas, secas como seus olhos que brilhavam, mas não choravam, porque a vida havia lhe ensinado a ser forte e resistente.
Ou a ser calada e inconsequente.

- Para C.

Descontínuos

Não, não quero mais sonhar.
Não quero mais risos despropositados, sonhos mistificados.
Não quero a cor do céu, nem sua língua voraz.
Da pele que se vai, o sentimento que fica. O tom, o cheiro.
É vida borbulhante e descontínua. É som estridente que sai da boca de um anjo.
É raiva mascarada, sentimento desnudo. É grito sem tonalidade, imaginação sem espirais nem soluções.
Te esperava. Te esperava porque sempre esperei. Esperava porque não via outra solução. Simplesmente porque esperava.
E porque não voltará. Nem aqui, nem além do mar.

sábado, 2 de outubro de 2010

Porque sei que é silêncio...

Chorando. Foi assim que iniciou aquela carta. Mais uma para a coleção "Aquelas que jamais enviarei". Mas não era apenas mais uma carta de amor. Amor? Não, não... Tudo menos isso! Era de dor, desabafo, desamor. Nunca de amor, pois esta era das muitas histórias que queria esquecer. Manter-se longe dos romances, melados beijos indissociados de lágrimas compulsivas, que jamais lhe agradaram. Os outros sim, buscavam chorar, mas não ela que era uma garota forte e madura. Independente! Palavra bonita...
Depois dos sonhos perdidos na infância não se viu mais derramando lágrimas em vão. A mãe se fora cedo e a defesa manisfestava-se através do muro intransponível entre si e o resto do mundo.
Escrevera poemas para libertar a dor. Não que uma gartoa de 17 anos soubesse exatamente o significado da dor, mas chamava assim aquele aperto no peito, que sentia todas as vezes em que olhava os cadernos coloridos em verde, branco e preto, e que agora eram apenas letras. Letras escuras e sem som.

domingo, 26 de setembro de 2010

É primavera...


Época na qual os pássaros saem para cantar, os beija-flores se encantam com as flores e vida transborda pela janela.

Que sentido?!

As pessoas às vezes são muito egoístas. Como elas podem surgir sem avisar, entrar em nossa vida sem pedir licença, ir se aproximando, se aproximando a ponto de chegar ao coração e por ali ficar, rir junto, chorar junto, consolar, conversar?! E aí, de repente, elas não querem mais. Mas que sentido faz? Elas desistem e saem, deixando todo o lixo, todas as lembranças. Dizem que não ficarão mais, mas que isso não é uma escolha, ou uma alternativa. Elas não pedem para ir embora, elas simplesmente vão. E o que fica é um imenso vazio, um vácuo do tamanho do mundo que parece impreenchível, intransponível; mesmo que saibamos que amanhã mudará a estação e novas flores crescerão sobre ele.

Exija!

[...] faça rizoma e não raiz, nunca plante! Não semeie, pique! Não seja nem uno nem múltiplo, seja multiplicidades! Faça a linha e nunca o ponto! A velocidade transforma o ponto em linha! Seja rápido, mesmo parado! Linha de chance, jogo de cintura, linha de fuga. Nunca suscite um General em você!Nunca idéias justas, justo uma idéia [...]. Tenha idéias curtas. Faça mapas, nunca fotos nem desenhos. Seja a Pantera Cor-de-Rosa e que vossos amores sejam como a vespa e a orquídea
[...] (DELEUZE E GUATTARI)

sábado, 25 de setembro de 2010

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde

sábado, 18 de setembro de 2010

Cortina na janela

Ela era apenas uma menina. De sorriso no rosto, olhos brilhantes e ar extrovertido.
Se cobrava muito. Se cobrava tanto que sabia que, mais cedo ou mais tarde, sua dívida ficaria no vermelho. Não era o que gostaria de ser, nem era o que tinham sonhado para ela. É claro que tinha algumas habilidades que a faziam especial e reconhecia-as, mas por vezes sua beleza parecia longe demais.Era linda, por dentro e por fora, e era a única que ainda não havia dado conta. Mas acreditava em seu potencial, mesmo que esse acreditar fosse o mais próximo possível que chegaria de seu eu. Não era muito de falar, não achava graça muito fácil das coisas, nem pactuava com gente dissimulada. Não gostava de fazer o que fazia, mas dava do melhor que tinha. Certa noite desejou ser uma estrela. Seu desejo não se realizou, mas ao acordar não era mais menina. Era menina-mulher com lágrimas no rosto, era moça triste e voraz como um furacão.
Desejara ser estrela, mas virara tufão.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Crescer, cre(e ser)

Serenidade
Será que é coisa que vem com a idade?
Toda a minha felicidade vai no afã e fica na maldade?
Fica na suadade de tudo que já fui
e de tudo que vou ser.

Eu não sei,

mas acho que estou apaixonada!
Acho que sim.
E de tanto achar, começo a acreditar.
E se acredito, é verdade.
Se acredito, não admito
Por estar apaixonada
Porque não se se ele sente o mesmo
Pois meu amor tão distante de mim está.
(As Atuadoras)

O amor é lindo.

É maravilhoso, é vida, é gostoso.
Eu quero ele do meu lado
se ele for amoroso, se ele for apaixonado...
E bem gostoso que nem um moço novo.
Sarado, rico e bem-dotado,
bem apaixonado.
Pode até ser tarado.
Que ele faça trança no meu cabelo.
Mas se ele não vier, ou não existir,
tudo bem.
Eu me garanto sozinha.
(As Atuadoras)

sábado, 28 de agosto de 2010

Sobra tanta falta...


"Quis tanto dar, tanto receber.
Quis precisar, sem exigências.
E sem solicitações, aceitar o que me era dado.
Sem ir além, compreende?
Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana.
Mas o que tinha, era seu.
Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente?
Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?
Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê..."
(Ligya Fagundes Telles)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Palavras que saem da cabeça...

Vez por outra acordamos em meio a uma madrugada de sonhos e vento frio... Disto tudo surgem palavras e pensamentos que levam a crises, paradigmas quebrados, desmistificados e às vezes questionados por mim mesma. Refere-se a uma daquelas fases que nós temos uma vez por ano, de intensa criação e curiosidade. Pois bem... Talvez estas palavras definam bem, por ora.
Momentos ruins... Os planos por água abaixo, as novidades raras e as decepções muitas!
Porém, em meio a um emaranhado de decepções, surgem pequenos traços de felicidade... Pequenos frutos como resposta da seriedade e comprometimento com que tenho agido. Responsabilidade grande, é verdade, mas não vejo isto como ruim, porque eu estou feliz assim – feliz, sem pensar na recompensa lá na frente! Pouco importa se valerá a pena ou não: PORQUE AGORA ESTÁ VALENDO! E ver o sorriso dos idosos, tanto na UATI quanto no Asilo, não tem preço!
Uma vez um amigo bastante querido me perguntou como estava a minha vida e eu disse que só podia falar da faculdade, porque por fora não tem muita coisa; e ele me questionou sobre amor e vida pessoal. Eu me senti tão mal no momento... Por não saber falar nada além disso, por pensar que não havia nada de essência, nada de felicidade no que eu tenho feito... Mas, e se ISSO é minha felicidade?! Como me questionar por ser feliz de uma forma que é diferente à maior parte das pessoas?! Ser diferente, não quer dizer que não seja certo. Para mim está sendo certo! Nunca me contentei com o que todo mundo quer, com o que todos gostam. Durante este tempo que tenho feito de psicoterapia meu terapeuta disse duas coisas que foram essenciais nos momentos específicos em que se deram: que “um relacionamento bom é aquele que a gente entra e sai sem sentir culpa” e que “águias voam sozinhas”. A primeira não vem ao caso agora, mas o fato de águias não voarem em bando é interessante para te mostrar como tenho me posicionado perante a vida nos últimos tempos. Quero dizer,eu sempre tive dificuldades em me ver, pois parecia que tudo que eu via era o outro – no sentido de sempre tentar salvar o mundo e esquecer de mim – só que nos últimos tempos algo tem sido diferente. Sair e fazer festa todos os dias continua não me atraindo, mas não me importaria em passar a tarde toda sentada ao lado de uma senhora de 80 e poucos anos para a qual tenho que me apresentar toda vez que vou ao Asilo, porque ela não se lembra de mim. Para mim, FELICIDADE É ISSO! Para outros talvez não... Talvez seja este um dos motivos pelo qual eu sempre me senti tão deslocada, desde criança. Sempre fiquei muito pra baixo, por sempre me comparar e me ver diferente, tomando-me como inferior... Por fazer escolhas diferentes do resto do mundo. E eu precisei crescer e sofrer bastante, chorar muito, pensar em desistir de tudo; para entender que seria um erro desistir de mim. Quando a gente quer, sempre encontra motivos para se sentir triste e a recíproca também vale. Mas hoje, eu acredito que ser feliz, lutar pelos sonhos é apenas uma opção que muitos não fazem por medo de estarem sozinhos.
É aí que surgem representações sociais, crenças, preconceitos... Todos surgindo e entrando em conflito num diário “vir a ser”. Se é ruim?! Não... Pouco importa mudar de pontos de vista ou não, o importante é revê-los. E neste rever, eu me percebo humana, frágil e errada. Mas também me percebo como uma florzinha insignificante, mas que cresce majestosa sobre uma superfície de gelo.

E apesar de eu continuar numa contínua crise existencial, eu ando bastante feliz com a minha vida, mesmo que meus pais continuem em crise conjugal, algumas pessoas não me compreendam em minhas escolhas e tantas outras me condenem por isso. Não pertence a mim... Só posso ter domínio da minha vida, o resto é tempo e pedras pelo caminho...

Eita! Bastante romanceada essa minha vida?! Mas a verdade é que as vezes falta paixão mesmo, na nossa vida!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Linhas e utopias...

Perfeitas são as mocinhas dos filmes, que dormem cedo, não erram nunca, seguem uma agenda espartana à risca e são completamente previsíveis e lineares.
Acontece que eu sempre preferi os vilões, justamente por considerá-los mais humanos e, conseqüentemente, imperfeitos.
Brigo constantemente com o despertador. Idealizo pessoas, gosto de conservar o que me faz bem e perdas machucam minha alma.
Não esqueço nada facilmente, morro de saudades, sinto vontade de rir mais do que a boca agüenta, sofro mais do que a Maria do Bairro... Procuro fazer sentido para o “meu eu” e sofro, de novo, quando nada faz sentido. Não suporto injustiças, mas convivo constantemente com elas... Viver sorrindo não é uma forma de esconder o que me aflige, mas uma escolha!
Desisto quando realmente não vejo mais soluções ou quando deixa de ter importância... Amo viajar e, ao mesmo tempo, morar na “Terra do Nunca”. Gosto de comidinhas saudáveis, mas não abro mão de uma orgia etílica e gastronômica de vez em quando! Brinco com as palavras, mas nunca com os sentimentos. Falta de educação e de respeito me deixam mais macho do que qualquer homem no cosmos...
Piadas sem graça chegam a me provocar sorrisos sinceros. Sou uma eterna criança que sempre sonhou e ainda sonha em voar, voar alto. Metades não me servem, restos não me conquistam. Preciso, desejo e quero tudo por inteiro e em abundância. Sou a personificação da intensidade. Sou transparência, exagero, impulso... Sim, eu vivo uma hipérbole! O que é morno não me seduz e só a espontaneidade me atrai. Pessoas frias me entediam e a falsidade nunca coube em mim, tampouco ao meu redor.
As situações me mostraram que sentimentos independem de tempo. Eles simplesmente aparecem, e despedem-se ou permanecem por “n” fatores, mas o maior determinante é a minha vontade!
Magoar alguém acaba machucando mais a mim do que ao outro... Às vezes é incontrolável, mas sei que não tenho o direito de fazê-lo... Por isso aprendi a pedir perdão.
Adoro teatro, filmes orientais e nacionais, a cultura japonesa, mas não consigo me imaginar sem desenho animado! Sigo os valores de antigamente, mas adoro poder usar um computador, inclusive para pedir socorro ao Google. Adoro as coisas simples da vida, mas também aprecio a sofisticação. Amo a noite, e mesmo o dia não sendo meu “melhor amigo”, tento fazê-lo o mais produtivo possível. “Amo você” não é “bom dia”... mas quando realmente o representa, não deixo de dizer...principalmente a mim!
Aprendi a amar os defeitos... Não me preocupo com pessoas do passado, pois existe uma razão para não estarem no meu futuro. Educo meu livre arbítrio para a paz de alma, e tenho consciência de q é algo q devo fazer constantemente... e pra sempre. Apesar de ser uma metamorfose, sei que minha essência e meu caráter permanecerão.
Sim... Sou uma enorme mistura de contradições e incógnitas, ainda bem! Isso me aproxima mais da imperfeição, e não me deixa esquecer que o ser humano precisa de uma estrutura de sentimentos para que o entendimento se faça com base no amor!

domingo, 18 de julho de 2010

Nossa maior riqueza...


... ninguém consegue perceber!
Renato Russo

O tempo...

De repente você vê que aprendeu várias coisas. Mas não foi de repente, foi aos poucos. "De repente" não quer dizer que você aprendeu rápido. Quer dizer que você não percebe que está aprendendo, até que aprende. Você olha pra suas fotos antigas e não consegue se enxergar. Você lembra de frases ditas e atitudes tomadas e as trata como se fossem de um outro alguém. Você aprende que não há amor que não acabe, doença que não se cure, não há estrada sem fim. O caminho, sim, é sem fim. Basta torcer para estar percorrendo o caminho certo. Basta perceber que o seu caminho é errado e esperar pelo próximo retorno. É uma estrada de duas mãos. De repente, você se sente cansado de tanto aprender quando, na verdade, você está é cansado de estar rodeando de gente que não aprendeu coisa alguma. Não te preocupa. Todos aprendem, cada um a seu tempo. O problema é que alguns demoram tanto que acabam morrendo antes da primeira aula.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Palavras de silêncio

Um pouco de experiência, um muito de curiosidade e determinação. Palavras soltas e bem pensadas. Um sorriso no rosto, um beijo na bochecha e muito de desejo no coração. O comprometimento nas mãos, um misto de responsabilidade de menina madura demais com ingenuidade de criança que não tem a idade que tem. Desejo de mudança, ânsia de trabalho voluntário e social. Filantropia bem articulada com um mundo pequeno, minúsculo para as idealizações. O amor incondicional, o respeito, a dedicação por inteiro. Porque se é para voar, por favor, tirem o chão dos meus pés... Não há a mínima chance de que eu seja pela metade.

E que tudo que a gente faça seja, afinal, o melhor que se pode fazer.

terça-feira, 30 de março de 2010

Busca-se o feito,


(...) busca-se o fim da linha; mas onde encontra-se o galho ou a matriz de sua essência?! De onde vem aquilo que o Homem fez de grande, se não de sua primeira pincelada, do primeiro passo, da primeira rima?!
Muito se espera do homem do século XXI, mas pouco-se exige de simples, de pouco, de natural. E se a Natureza se vai, de onde vem o grande, belo, superficial?!

Perguntas, perguntas, perguntas... Que não querem calar... Que insisto em não deixar calar!

Segredos contados -- experiência nova

Interessante como as pessoas são capazes de quebrar paradigmas e limitações durante o curso do tempo. Hoje, falo por mim.
Quando descobrimos que outros assuntos nos interessam, torna-se até "estranho" perceber em nós mesmos a mudança que gostaríamos de ver no outro. Psicologia tem me levado a muitas mudanças... Os sonhos de morte com água e rios: que mais seriam senão a passagem de um tempo para outro (para um novo tempo de ruptura com o óbvio e com o vazio de meus sentimentos)?!
É interessante perceber, que se cresce a partir do desgosto e da insegurança. É como perceber que na dor há prazer ou, até mesmo, felicidade.
Aproveitarei a experiência para falar a respeito de meus contatos no último ano com um asilo e uma Universidade Aberta para a Terceira Idade (UATI).
Nãos são poucos os "adultos" que me questionam... "Quem diria, hein?!" De onde surgiu essa paixão e esse interesse no estudo e no cuidado com o outro, quando muitas vezes este outro se mostra hostil em dividir com "uma criança" uma vida de anos e dificuldades?!
SURGE! Não sei de onde, mas surge! E digo que aquele brilho nos olhos, que aquela palavra gentil de agradecimento e reconhecimento por um trabalho bem-feito e, acima de tudo, útil; é muito bem vindo. Muito bem aproveitado. E, posso dizer que mesmo, grande forma de incentivo. Incentivo para se persistir em algo que talvez não "dê dinheiro", mas dê enriquecimento pessoal; que as vezes frustre, mas tantas outras vezes seja a palavra de apoio e o reconhecimento que todos merecem por "ser gente", por querer ajudar e por colaborar e ser prestativo às necessidades do outro.
Enfim, digo que trabalhar com idosos, sim, TEM ME FEITO MUITO FELIZ, e que sim, MAIS QUE EXAUTÃO FÍSICA E DESGASTE BIOLÓGICO, há vivência e experiência só adquirida com quem tem muito a nos contar!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Época boa...

Daquelas em que os passarinhos cantam nas janelas, que as crianças correm pela rua e até mesmo os mendigos sorriem para a Lua.
Época boa, como aquela em que a infância era cheia de alegria e a família vivia junto, todos sentados ao meio-dia para almoçar. Em qualquer lugar, mas não em um lugar qualquer... Porque hoje o nosso lugar é outro... Não sei... Qualquer dia a gente sai por aí, andando sem destino.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Foi assim...


...como ver o mar, a primeira vez que meus olhos se viram no seu olhar!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Meu amor

"O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!
Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?
O meu amor não tem
importância nenhuma."
(Cecília Meireles)

Estrela minha

"Deus dá a todos uma estrela.
Alguns fazem da estrela um sol
outros nem conseguem vê-la."
(Helena Kolody)

Paraíso?!

Nascemos, vivemos e morremos em busca do paraíso!
Paraíso?! Não. Ainda não o encontrei e creio que ninguém o encontrará!
Viver para quê? Trabalhar para quê? Viver para amanhã morrer de uma bala perdida? Trabalhar para um futuro melhor a seu filho que viverá trancafiado em casa, com medo das drogas, de ser roubado, medo do trânsito, medo de nunca mais voltar para casa.
O mundo é inimigo da paz?! O que faremos?
No simples "apertar o botão" vemos as últimas notícias da televisão sobre a demora que resulta em morte nas filas do SUS, gastos exacerbados do governo com viagens.
e o que isto significa?! NADA! Absolutamente nada. Cada um segue seucaminho. Mas um bom caminho é fruto de bons conselhos! Conselhos que podem ser frutos de um bom governo e de boas verbas que o governo distribui e distribui mal: a quem mais quer e menos precisa! Verbas que um dia foram nossas. Verbas que dizem serem utilizadas com saúde, desemprego, fome... Saúde?! Só se for a do presidente! Desemprego?! Só se for o dos deputados! Fome?! Só se for a dos governadores! Porque aqui, NUNCA CHEGA!
Paraíso?! Quem sabe...
Um futuro brilhante baseia-se em um passado bem vivido: o passado bem vivido já temos, agora só precisamos de um bom motivo para continuarmos brilhando!

Insônia

Eu disse para não voltar se não fosse para ficar...
Pelo menos esta noite... e o fim da semana!
Lembro-me daquela pessoa
que deixei chorando
e que agora, faz-me pagar igual.
Quem foi que disse que "bala trocada não dói"?!
Pois engana-se fria e cruamente.
Eles estão enganados ao dizer que
gosto de pisar nas pessoas.
Não é verdade! Eu tenho meu lado humano
apenas ainda... não o encontrei?!
Minha mente , viva...
Hora de dormir!

Percepções

Por que tem que ser assim
Eu, presa em mim,
Exilada da felicidade.
Pelo espelho, minha vida passa...
Em azul, vermelho
O tempo,
O senhor do tempo...
Onde estive ontem?
Alucinações de minha vida... Sem mim?!