sábado, 28 de agosto de 2010

Sobra tanta falta...


"Quis tanto dar, tanto receber.
Quis precisar, sem exigências.
E sem solicitações, aceitar o que me era dado.
Sem ir além, compreende?
Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana.
Mas o que tinha, era seu.
Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente?
Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?
Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê..."
(Ligya Fagundes Telles)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Palavras que saem da cabeça...

Vez por outra acordamos em meio a uma madrugada de sonhos e vento frio... Disto tudo surgem palavras e pensamentos que levam a crises, paradigmas quebrados, desmistificados e às vezes questionados por mim mesma. Refere-se a uma daquelas fases que nós temos uma vez por ano, de intensa criação e curiosidade. Pois bem... Talvez estas palavras definam bem, por ora.
Momentos ruins... Os planos por água abaixo, as novidades raras e as decepções muitas!
Porém, em meio a um emaranhado de decepções, surgem pequenos traços de felicidade... Pequenos frutos como resposta da seriedade e comprometimento com que tenho agido. Responsabilidade grande, é verdade, mas não vejo isto como ruim, porque eu estou feliz assim – feliz, sem pensar na recompensa lá na frente! Pouco importa se valerá a pena ou não: PORQUE AGORA ESTÁ VALENDO! E ver o sorriso dos idosos, tanto na UATI quanto no Asilo, não tem preço!
Uma vez um amigo bastante querido me perguntou como estava a minha vida e eu disse que só podia falar da faculdade, porque por fora não tem muita coisa; e ele me questionou sobre amor e vida pessoal. Eu me senti tão mal no momento... Por não saber falar nada além disso, por pensar que não havia nada de essência, nada de felicidade no que eu tenho feito... Mas, e se ISSO é minha felicidade?! Como me questionar por ser feliz de uma forma que é diferente à maior parte das pessoas?! Ser diferente, não quer dizer que não seja certo. Para mim está sendo certo! Nunca me contentei com o que todo mundo quer, com o que todos gostam. Durante este tempo que tenho feito de psicoterapia meu terapeuta disse duas coisas que foram essenciais nos momentos específicos em que se deram: que “um relacionamento bom é aquele que a gente entra e sai sem sentir culpa” e que “águias voam sozinhas”. A primeira não vem ao caso agora, mas o fato de águias não voarem em bando é interessante para te mostrar como tenho me posicionado perante a vida nos últimos tempos. Quero dizer,eu sempre tive dificuldades em me ver, pois parecia que tudo que eu via era o outro – no sentido de sempre tentar salvar o mundo e esquecer de mim – só que nos últimos tempos algo tem sido diferente. Sair e fazer festa todos os dias continua não me atraindo, mas não me importaria em passar a tarde toda sentada ao lado de uma senhora de 80 e poucos anos para a qual tenho que me apresentar toda vez que vou ao Asilo, porque ela não se lembra de mim. Para mim, FELICIDADE É ISSO! Para outros talvez não... Talvez seja este um dos motivos pelo qual eu sempre me senti tão deslocada, desde criança. Sempre fiquei muito pra baixo, por sempre me comparar e me ver diferente, tomando-me como inferior... Por fazer escolhas diferentes do resto do mundo. E eu precisei crescer e sofrer bastante, chorar muito, pensar em desistir de tudo; para entender que seria um erro desistir de mim. Quando a gente quer, sempre encontra motivos para se sentir triste e a recíproca também vale. Mas hoje, eu acredito que ser feliz, lutar pelos sonhos é apenas uma opção que muitos não fazem por medo de estarem sozinhos.
É aí que surgem representações sociais, crenças, preconceitos... Todos surgindo e entrando em conflito num diário “vir a ser”. Se é ruim?! Não... Pouco importa mudar de pontos de vista ou não, o importante é revê-los. E neste rever, eu me percebo humana, frágil e errada. Mas também me percebo como uma florzinha insignificante, mas que cresce majestosa sobre uma superfície de gelo.

E apesar de eu continuar numa contínua crise existencial, eu ando bastante feliz com a minha vida, mesmo que meus pais continuem em crise conjugal, algumas pessoas não me compreendam em minhas escolhas e tantas outras me condenem por isso. Não pertence a mim... Só posso ter domínio da minha vida, o resto é tempo e pedras pelo caminho...

Eita! Bastante romanceada essa minha vida?! Mas a verdade é que as vezes falta paixão mesmo, na nossa vida!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Linhas e utopias...

Perfeitas são as mocinhas dos filmes, que dormem cedo, não erram nunca, seguem uma agenda espartana à risca e são completamente previsíveis e lineares.
Acontece que eu sempre preferi os vilões, justamente por considerá-los mais humanos e, conseqüentemente, imperfeitos.
Brigo constantemente com o despertador. Idealizo pessoas, gosto de conservar o que me faz bem e perdas machucam minha alma.
Não esqueço nada facilmente, morro de saudades, sinto vontade de rir mais do que a boca agüenta, sofro mais do que a Maria do Bairro... Procuro fazer sentido para o “meu eu” e sofro, de novo, quando nada faz sentido. Não suporto injustiças, mas convivo constantemente com elas... Viver sorrindo não é uma forma de esconder o que me aflige, mas uma escolha!
Desisto quando realmente não vejo mais soluções ou quando deixa de ter importância... Amo viajar e, ao mesmo tempo, morar na “Terra do Nunca”. Gosto de comidinhas saudáveis, mas não abro mão de uma orgia etílica e gastronômica de vez em quando! Brinco com as palavras, mas nunca com os sentimentos. Falta de educação e de respeito me deixam mais macho do que qualquer homem no cosmos...
Piadas sem graça chegam a me provocar sorrisos sinceros. Sou uma eterna criança que sempre sonhou e ainda sonha em voar, voar alto. Metades não me servem, restos não me conquistam. Preciso, desejo e quero tudo por inteiro e em abundância. Sou a personificação da intensidade. Sou transparência, exagero, impulso... Sim, eu vivo uma hipérbole! O que é morno não me seduz e só a espontaneidade me atrai. Pessoas frias me entediam e a falsidade nunca coube em mim, tampouco ao meu redor.
As situações me mostraram que sentimentos independem de tempo. Eles simplesmente aparecem, e despedem-se ou permanecem por “n” fatores, mas o maior determinante é a minha vontade!
Magoar alguém acaba machucando mais a mim do que ao outro... Às vezes é incontrolável, mas sei que não tenho o direito de fazê-lo... Por isso aprendi a pedir perdão.
Adoro teatro, filmes orientais e nacionais, a cultura japonesa, mas não consigo me imaginar sem desenho animado! Sigo os valores de antigamente, mas adoro poder usar um computador, inclusive para pedir socorro ao Google. Adoro as coisas simples da vida, mas também aprecio a sofisticação. Amo a noite, e mesmo o dia não sendo meu “melhor amigo”, tento fazê-lo o mais produtivo possível. “Amo você” não é “bom dia”... mas quando realmente o representa, não deixo de dizer...principalmente a mim!
Aprendi a amar os defeitos... Não me preocupo com pessoas do passado, pois existe uma razão para não estarem no meu futuro. Educo meu livre arbítrio para a paz de alma, e tenho consciência de q é algo q devo fazer constantemente... e pra sempre. Apesar de ser uma metamorfose, sei que minha essência e meu caráter permanecerão.
Sim... Sou uma enorme mistura de contradições e incógnitas, ainda bem! Isso me aproxima mais da imperfeição, e não me deixa esquecer que o ser humano precisa de uma estrutura de sentimentos para que o entendimento se faça com base no amor!

domingo, 18 de julho de 2010

Nossa maior riqueza...


... ninguém consegue perceber!
Renato Russo

O tempo...

De repente você vê que aprendeu várias coisas. Mas não foi de repente, foi aos poucos. "De repente" não quer dizer que você aprendeu rápido. Quer dizer que você não percebe que está aprendendo, até que aprende. Você olha pra suas fotos antigas e não consegue se enxergar. Você lembra de frases ditas e atitudes tomadas e as trata como se fossem de um outro alguém. Você aprende que não há amor que não acabe, doença que não se cure, não há estrada sem fim. O caminho, sim, é sem fim. Basta torcer para estar percorrendo o caminho certo. Basta perceber que o seu caminho é errado e esperar pelo próximo retorno. É uma estrada de duas mãos. De repente, você se sente cansado de tanto aprender quando, na verdade, você está é cansado de estar rodeando de gente que não aprendeu coisa alguma. Não te preocupa. Todos aprendem, cada um a seu tempo. O problema é que alguns demoram tanto que acabam morrendo antes da primeira aula.