sábado, 1 de outubro de 2011

Mais uma noite

E que estes sejam meus últimos versos... Os últimos destas noites chuvosas de primavera. Que as gotas de chuva me lembrem lágrimas pela última vez e que não desejar nada seja apenas outro modo de dizer aquilo que preciso. E que, da mesma forma, encontrar alguém perdido na chuva gelada, com roupas enxarcadas, seja a sensação de que ainda se é real e que de fato nada muda quando se admite as pequenas falhas e imperfeições. Meu Deus, que eu possa então me admitir, que eu possa então não ser mais esta farsa que sinto ser, mas ser alguém de fato e esperar que o tempo lá fora mude para poder escolher outras e me deixar ser desejada, mesmo quando digo que nada vale em mim. Mesmo quando me autodestruo com críticas severas ou com arranhões insignificates do ponto de vista subjetivo. Me permita, oh Deus, ser um pouco mais, tentar um pouco mais, compreender o que me dizem todas essas luzes que me ofuscam os olhos e tiram a visão... Me permita, que passe... Mais uma noite, apenas.

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