domingo, 18 de novembro de 2012

Velhice: um caleidoscópio flutuante à beira do abismo

"Assim, se a velhice é apresentada por muitos estudos como um fenômeno passível de ser estudado e compreendido de formas distintas, pode ser metaforizada como um caleidoscópio, aparelho óptico construído a partir de fragmentos de vidros que tomam formas distintas conforme o movimento a que é submetido. A própria velhice representa essa fragilidade da composição do caleidoscópio, composto por fragmentos de vidro, sendo ela um fenômeno ao qual poucos admitem chegar. A pesquisa de Torres (2010) representa isto de forma consistente: para seus entrevistados idosos, a velhice está pelo menos há dez anos do sujeito que fala sobre ela. “As pessoas não querem envelhecer, nem querem ser idosas, por isso não se reconhecem como membros deste grupo” (TORRES, 2010, p. 216). E se a vida fosse um grande mar a que cada sujeito se lança, num constante processo de envelheSER, estar em uma instituição pode ser comparado a flutuar sobre o caleidoscópio da velhice muito próximo a um abismo, a própria morte iminente ao cotidiano institucional".

- In BALDIN & MAGNABOSCO-MARTINS, 2012, p. 30.

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