terça-feira, 21 de abril de 2015

Sobre o desejo e outros seres

Uma das músicas que mais tenho ouvido neste momento, o qu não quer dizer que ela é uma das minhas favoritas, mas que apenas tem me dito muitas coisas e também dado nome àquilo que tenho sentido, diz que "the future that we hold is so unfil", que o futuro que aguardamos é indeciso. Faz-me sentido porque é justamente o momento em que eu tomo decisões sem saber ao certo o que elas trarão como consequências para minha vida, não sei o que têm a me dizer, não sei sequer o por quê de ter optado por determinados caminhos e não por outros. Mais uma vez poderia entrar na questão das apostas e dos riscos, mas não quero falar deles agora. Neste momento me faz mais sentido questionar sobre a ética da vida sob o ponto de vista das escolhas. Digo das escolhas, simplesmente por serem escolhas. Foucault não me ajuda agora. Freud e Lacan, talvez. Sim, se pensar pelo lado do desejo como mantenedor da existência, se for olhar para o desejo, esse desconhecido que me leva a tomar uns ou outros rumos, pela birra de apenas querer. Sem saber ao certo porquê, para quê e em quê. Minha mais sincera indecisão às minhas escolhas. Minha sincera dúvida, minha sincera angústia. Meu desejo por vida. Que pulsa, que impulsa e expulsa. Ex-sisto.

domingo, 19 de abril de 2015

Sobre a angústia e o desafio de viver

Ansiedade baixou aqui hoje... Fez o coração acelerar e uma sensação gigante de fome tomar conta de mim. Aprendi durante a faculdade que o nome disso é angústia, nome que damos para aquela sensação de que realmente não se sabe dizer o que é. Ela vem, fica aqui, e não me deixa fazer nada, ao mesmo tempo em que quero fazer tudo, abraçar o mundo, correr 42km e chorar muito.
Sinto que ela será persistente nos próximos meses. Muito persistente, quero dizer. Vai me acompanhar toda vez que eu não souber muito bem o que será do futuro, como será o dia de amanhã, e como vou fazer para finalizar esse mestrado. A angústia vai bater  na porta toda vez em que a vontade de correr para casa for maior que a certeza da minha perseverança e da minha luta. Vai ser muito mais intensa quando eu duvidar de que vou conseguir realizar todos os meus sonhos. Vai ser gigante quando eu quiser gritar e a voz sumir da garganta. Vai ser quase insuportável quando eu pensar em tudo o que poderia fazer comigo, mas que escolho não fazer.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Sobre a crise dos 23

"De que vale a conquista de uma independência que aprisiona? Acumular coisas e um suposto status de “adultidade”. Acumular títulos e méritos por algo que já não faz o menor sentido.
(...) Vou-me pela verde aleia da estrada, voltando atrás, para viver um romance com a vida, prosseguindo em busca de estradas perfumadas de tílias ou damas-da-noite. Sem peso em ferro ou ouro que me ocasiono a gangrena. Seguir firme ante o inesperado, e o que há de errado?"

In Obvius

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Até que ponto um "padrão de beleza" influencia?

Matéria comigo no Opinião e Notícia

Para nunca esquecer onde cheguei... E para onde não quero voltar!

Sobre decisões muito difíceis

É claro que nunca é fácil. Muitas vezes, decisões assustadoramente necessárias precisam ser tomadas, e elas te colocam naquele lugar em que você deseja nunca estar: na insegurança, na incerteza do chão em que pisa. Mas às vezes são justamente estes atos de coragem inimagináveis que dão um giro de 180º e tornam sua vida algo mais gratificante de viver. Sei que é duro, mas vez ou outra nós precisamos reconhecer que foi feito o que era possível e o que estava ao alcance, e que chega a hora de dizer "deu para mim. Não dá mais". E, então, partir para outros rumos, trilhar outros caminhos, desbravar o desconhecido, e correr o risco de se apaixonar por alguma esquina nunca vista que se encontra ali na frente. Meu amor, este é um bravo gesto, como tantos outros que você já precisou tomar nesta sua vida de menina determinada e previsível. Mas você se posicionou, peitou seu desafio e sustentou-o até o fim. Você merece mais que mais um dia comum, mais que um final de romance mamão com açúcar. Você é obstinada e quer crescer, quer provar outros ares, quer conhecer outros mares, você quer correr os riscos. E o que é a vida se não um grande perigo? Tudo são apostas. E todas elas cobram respostas, consequências, e têm suas limitações. Você escolheu algumas e pôs toda a sua fé nelas. Ainda bem que você tem fé de sobra. Ainda bem que você acredita muito. Ainda bem que você luta.
Certa vez te disseram, e isso marcou sua vida profissional, mas também o ser que és... "A coisa mais bonita nesta vida é ser fiel a si mesmo. Porque a gente nunca deve se esquecer de quem é, nunca deve ir contra o que pensa". Então você não vai, mesmo que reconheça que o caminho é difícil, tortuoso e cheio de pequenos fantasmas nas esquinas. Mas você empunha suas espadas, você protege seu coração, você alimenta sua alma com todo o amor que pode dar. Então, não fraqueje, não deixe de acreditar. Siga. Se for preciso, feche os olhos quando ficar com medo, mas não deixe de segurar na mão de quem a oferece porque a ama; e dar o próximo passo.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Perguntas de um Operário Letrado

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilônia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas.