sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

Cecilia Meireles

Friedrich Nietzsche

"Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas… Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia….”

terça-feira, 12 de agosto de 2008

A cada mudança...

Não suporto padrões. Talvez seja por isso que tenha feito tanta terapia. Já tentei me adaptar em todos os padrões possíveis: já fui punk e patty, já usei calça rasgada e clips na orelha. Gostei de rock e dance, até de samba e pagode. Enfim, já tentei ser de tudo um pouco. No final das contas, nunca fui nada. Nada do que eu realmente quis ser, nada do que realmente sou, nada de essência, nada de felicidade. Fui uma mistura de tudo que quase sempre tentei me enquadrar, para agradar família, amigos, sociedade. Essa tal sociedade que impõe valores que desvalorizam o ser humano, que nos tornam soldados de um mesmo exército, idênticos, mesmo quando a moda é ser diferente. Fui tudo aquilo que quase sempre evitei, fui o contrário, fui o vazio dos meus próprios passos. E hoje, deu no que deu, sou o que sou: cheia de medos, fobias, complexos, traumas e baixa auto-estima.
Depois de algum tempo de divã e muitas lágrimas, resolvi chutar o pau da barraca, como se diz por aí; e admitir que fui o que não quis e que hoje tenho que ser o que sou, custe o que custar, doa a quem doer. Deixei minha timidez de lado, entrei no teatro e me tornei atriz. Vou a festas de música eletrônica, mas todos sabem que gosto mesmo é de Bossa Nova. Outras coisas já não saio contando por aí. Coloquei meus piercings, pintei meu cabelo e adotei o estilo que me faz feliz. E, embora continue com meus complexos, me acho um pouco mais interessante. Um pouco só. Se não me enquadro nos padrões exigidos, quem se importa? Eu não me importo mais. Descobri que o pior é não se enquadrar em nós mesmos.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

LUTO!

A vida é um expiro e nós nunca sabemos em que estação seremos obrigados a desembarcar.
Basta morrer pra saber como estávamos vivos...
Até a dor deve ser curtida, ao máximo... Sempre parece ser a primeira vez, mas nunca saberemos se será a última...
Ao longo do tempo nós aprendemos tantas coisas. E eu sempre aproveitei ao máximo. Se chorei foi pra valer, meus sorrisos foram sempre os melhores. Os mais intensos.
Esperar pelo futuro não funciona. Afinal, de que parte do futuro falamos?
{Nós sentiremos sua falta!}