Supere isto. E se não puder, supere o vício de falar a respeito (Caio Fernando Abreu). ESCREVA.
domingo, 24 de junho de 2012
Que se danem os nós
"Vim gastando meus sapatos
Me livrando de alguns pesos
Perdoando meus enganos
Desfazendo minhas malas
Talvez assim chegar mais perto
Vim, achei que eu me acompanhava
E ficava confiante
Outra hora era o nada
A vida presa num barbante
Eu quem dava o nó
Eu lembrava de nós dois mas já cansava de esperar
E tão só eu me sentia e seguia a procurar
Esse algo alguma coisa alguém que fosse me acompanhar
Se há alguém no ar
Responda se eu chamar
Alguém gritou meu nome
Ou eu quis escutar
Vem eu sei que tá tão perto
E por que não me responde
Se também tuas esperas te levaram pra bem longe
É longe esse lugar
Vem nunca é tarde ou distante
Pra eu te contar os meus segredos
A vida solta num instante
Tenho coragem tenho medo sim
Que se danem os nós"
- Ana Carolina, in Que se danem os nós.
domingo, 17 de junho de 2012
Um novo sol
Era como abrir a janela e ver o sol após vários dias de chuva. O sol continuava lá, a sua ideia de sol permanecia a mesma e ela conhecia um sol na forma como infinitamente ele se apresentou na infância liberta, correndo em meio a árvores e galinhas no quintal na fazenda. Era um sol, um sol laranja-fogo, amarelo-vibrante. Era um sol e somente isso. Não precisava aparecer todos os dias porque sua presença era uma ausência-presente. Mas ainda assim o desejara. Desejara ver o sol em uma manhã de domingo emburrada. Ou em uma tarde de segunda-feira sem aula. Era uma luz estranha, uma nova vibração, como se após vários dias o sol não fosse mais o mesmo, como se fosse outro e outro, assim, todos os dias ela esperaria.
Precipícios
Em dias estranhos atravessa nuvens. Coleta estrelas desavisadas, cria novos caminhos. Desejando ser maior e ao mesmo tempo mais infantil. Olhos brilhantes, sorriso aberto. Era uma menina linda. Não sentia medo, nem culpa, nem desejara outra coisa que não fosse aquilo que já havia docemente dentro de si.
Nem mais um passo deu pelo caminho, nem mais um pedaço de fins que já foram. Contou quantas nuvens, pegou tantas outras estrelas e continuou buscando fins de início em precipícios.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Caminhos perdidos
Você está em seu próprio mundo,
sem luz, sem ar, sem futuro.
Perdida em suas próprias palavras,
pisando em espinhos.
domingo, 10 de junho de 2012
Pequenas memórias
"Há muitas coisas em minha vida pedindo explicações. De muitas, lembro-me bem. Mas, são as escondidas que nos atormentam. As que ficam perdidas não sei em que imobilidade, agarradas às paredes como hera, guardadas em fundo de gaveta de cômodas velhas, refletidas em caixilhos, esquecidas em álbuns fotográficos, escondidas dentro de nós".
- Andrade, citado por VENANCIO. In Pequenos espetáculos da memória.
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