Hoje eu chorei. E acho que não foi por medo ou qualquer outro desses sentimentos que têm envolvido minha vida nos últimos anos... Chorei e acho que foi de saudade. Veio lá no fundinho uma vontade imensa de correr para casa. Porque estou vendo os dias passarem e eles não parecem fazer sentido. Eu sei que ainda é cedo, as aulas começaram ontem e prometem ocupar muito do meu tempo, que será mínimo quando eu começar a trabalhar. Eu pensei muito na minha mãe, nos meus irmãos, no meu pai. Eu pensei muito sobre fazer as coisas mais perto deles, mais próximo de casa, para que quando der esse desespero eu possa correr para lá, para um abraço aconchegante e também para um pedido de colo.
Eu penso muito sobre o que será minha vida amanhã, com base no que está sendo agora... Ontem eu fiquei me dizendo muito, aliás, dizendo para Deus que "olha, se o Senhor está me testando, para saber até onde eu aguento, já está bom, sabe?" Eu já cheguei bem perto de até onde seria capaz de ir. Ou, as pessoas são capazes de coisas inimagináveis quando desejam muito algo. Mas eu tenho certeza, de que se Ele me permitiu chegar até aqui, é porque há de ter algo aqui para mim. Por que demora tanto, meu Deus? Por que me deixar assim por esses dias todos? Por que me fazer ficar tão forte um "eu quero voltar para casa", e essa vontade louca de ligar e dizer que estou voltando.
Hoje eu tentei voltar a levar minha vida normal. Minha alimentação, meus treinos. Comi direitinho, embora tenha vomitado ontem, ma comecei hoje disposta. Depois do café, levinho, fui à praia e corri por uma hora, voltei e fiz meu plano de flexões e abdominais, tomei banho, o lanchinho da manhã, e agora vou estudar o livro para o grupo de pesquisa. Deus, as coisas vão dar certo, não vão? O Senhor tem um lugar pra mim que eu ainda desconheço, mas que é muito melhor do que eu poderia imaginar que teria, não é?
Ajude-me a continuar confiante, ajude-me por favor.
Supere isto. E se não puder, supere o vício de falar a respeito (Caio Fernando Abreu). ESCREVA.
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Para dias frios
Eu tento me acalmar, mas aí, de repente, vem uma onda de tristeza muito grande, um desespero, um medo de que as coisas fiquem muito mais difíceis do que estão. De que eu não consiga um trabalho, mesmo topando trabalhar de qualquer coisa, de perder o mestrado que foi tão trabalhoso para conseguir, de ter que largar tudo porque não tenho condições de me manter aqui. Bate um desespero, sabe? É claro que bate! Estou com medo, com muito medo! Estou triste, estou chateada. Porque não é justo pessoas com condições financeiras tirarem as bolsas de quem depende delas para cursar o mestrado. E esse medo todo está virando um desespero, uma dor.
"O inverno vem chegando depressa, um frio de rachar. Na alma mesmo" (Caio Fernando Abreu).
"O inverno vem chegando depressa, um frio de rachar. Na alma mesmo" (Caio Fernando Abreu).
domingo, 3 de agosto de 2014
Buscando ar
Não sei muito bem dizer o que eu sinto, mas é uma espécie de desespero. É um engasgo na garganta, um medo desesperador e intenso, quase fóbico. Eu sinto meu coração batendo muito apertado, eu sinto as lágrimas nos meus olhos o tempo todo, sempre próximas de me revelarem, de me denunciarem. Eu sinto uma vontade imensa de chorar, chorar e só chorar. Me sinto fraca, trêmula, e com muita dor em algum lugar aqui dentro que eu não consigo identificar, mas que as vezes quase me impede de respirar.
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Nem sempre se pode rir
Dia seguinte, meu amigo dark contou: - "Tive um sonho lindo.
Imagina só, uma jamanta toda dourada..." Rimos até ficar com dor na barriga. E eu lembrei dum poema antigo de Drummond. Aquele Consolo na Praia, sabe qual? "Vamos não chores / A infância está perdida/ A
mocidade está perdida/ Mas a vida não se perdeu" – ele começa, antes de enumerar as perdas irreparáveis: perdeste o amigo, perdeste o amor, não tens nada além da mágoa e solidão. E quando o desejo da jamanta ameaça invadir o poema – Drummond, o Carlos, pergunta: "Mas, e o humor?" Porque esse talvez seja o único remédio quando ameaça doer demais: invente uma boa abobrinha e ria, feito louco, feito idiota, ria até que o que parece trágico perca o sentido e fique tão ridículo que só sobra mesmo a vontade de dar uma boa gargalhada. Dark, qual o problema?
Deus é naja - descobrimos outro dia.
O mais dark dos meus amigos tem esse poder, esse condão. E isso que ele anda numa fase problemática. Problemas darks, evidentemente. Naja ou não, Deus (ou Diabo?) guarde sua capacidade de rir descontroladamente de tudo. Eu, às vezes, só às vezes, também consigo. Ultimamente, quase não. Porque também me acontece – como pode estar acontecendo a você que quem sabe me lê agora - de achar que tudo isso talvez não tenha a menor graça. Pode ser: Deus é naja, nunca esqueça, baby.
Caio Fernando Abreu, in Deus é Naja.
Imagina só, uma jamanta toda dourada..." Rimos até ficar com dor na barriga. E eu lembrei dum poema antigo de Drummond. Aquele Consolo na Praia, sabe qual? "Vamos não chores / A infância está perdida/ A
mocidade está perdida/ Mas a vida não se perdeu" – ele começa, antes de enumerar as perdas irreparáveis: perdeste o amigo, perdeste o amor, não tens nada além da mágoa e solidão. E quando o desejo da jamanta ameaça invadir o poema – Drummond, o Carlos, pergunta: "Mas, e o humor?" Porque esse talvez seja o único remédio quando ameaça doer demais: invente uma boa abobrinha e ria, feito louco, feito idiota, ria até que o que parece trágico perca o sentido e fique tão ridículo que só sobra mesmo a vontade de dar uma boa gargalhada. Dark, qual o problema?
Deus é naja - descobrimos outro dia.
O mais dark dos meus amigos tem esse poder, esse condão. E isso que ele anda numa fase problemática. Problemas darks, evidentemente. Naja ou não, Deus (ou Diabo?) guarde sua capacidade de rir descontroladamente de tudo. Eu, às vezes, só às vezes, também consigo. Ultimamente, quase não. Porque também me acontece – como pode estar acontecendo a você que quem sabe me lê agora - de achar que tudo isso talvez não tenha a menor graça. Pode ser: Deus é naja, nunca esqueça, baby.
Caio Fernando Abreu, in Deus é Naja.
Porqué no tiene piedad...
Às vezes eu acordo, e não sei bem onde estou. Ou agora, fico pensando nestes dias... Parece que faz tanto tempo que estou aqui e são apenas alguns poucos dias. Fico pensando em quantos dias eu fui em tal lugar e foi hoje pela manhã, ou há tanto tempo que espero um telefonema e não faz nem 12 horas.
Hoje, acho que o desespero é mais calmo, mas ainda não sei porquê estou aqui. Continuo não sabendo muito bem como algumas coisas acontecem, como escolhemos o que escolhemos, nem porquê a gente existe assim...
Perdi o sono hoje tentando compreender a existência e só ganhei uma noite de sono que provavelmente não vou recuperar amanhã.
Esse coração aqui continua batendo forte, continua apertado. Forte, mas também triste. Corajoso, mas também preocupado. Acho que é isso. São esses os sentimentos mais fortes de hoje. Depois de assistir a Cidade do Silêncio, não posso calar minha voz. Acho que preciso ser um pouco mais forte. Acho que preciso tentar mais. Acho que não é justo, nunca, deixar restos de esperança onde a vida não poupa ninguém. "Há que ser forte e belo", há que ter esperança. Até o fim.
Hoje, acho que o desespero é mais calmo, mas ainda não sei porquê estou aqui. Continuo não sabendo muito bem como algumas coisas acontecem, como escolhemos o que escolhemos, nem porquê a gente existe assim...
Perdi o sono hoje tentando compreender a existência e só ganhei uma noite de sono que provavelmente não vou recuperar amanhã.
Esse coração aqui continua batendo forte, continua apertado. Forte, mas também triste. Corajoso, mas também preocupado. Acho que é isso. São esses os sentimentos mais fortes de hoje. Depois de assistir a Cidade do Silêncio, não posso calar minha voz. Acho que preciso ser um pouco mais forte. Acho que preciso tentar mais. Acho que não é justo, nunca, deixar restos de esperança onde a vida não poupa ninguém. "Há que ser forte e belo", há que ter esperança. Até o fim.
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