segunda-feira, 29 de junho de 2009

Os dogons e o silêncio

Descobri estes dias que existe no Mali e em Burkina Fasso, dois países que ficam em algum ponto que não sei bem na África ocidental, um povo conhecido como dogom.
Cada dogom acredita ter nascido com uma quantidade determinada de palavras na barriga e, durante a vida, gasta o verbo guardado dentro com os amores, os amigos, a oposição, os irmãos e o vizinhos. Um dia, quando o estoque acaba, o sujeito morre, Os dogons - a tribo de camponeses, artistas e feiticeiros teria cerca de 200 mil integrantes espalhados por diversas aldeias - são também grandes conhecedores da astronomia e do início de todas as coisas, e não deixa de ser curioso que a concepção de vida de um povo inteiro comece e do mesmo jeito termine: com o silêncio.

O silêncio, como o tempo e as dores mais profundas, ensina um bocado de coisas. Faz voltar a rir depois de meses em que nada soava engraçado, faz voltar a confiar na humanidade um tempo depois da tarde em que você olhou nos olhos de um homem e ganhou um par de mentiras em troca, faz voltar a ouvir as canções daquele disco da capa branca e só o nome do cantor assinado no meio, Irene ri, o barco vazio, um objeto não identificado, o marinheiro sozinho, os argonautas, a Carolina dos olhos fundos e a dor de todo este mundo, um Salvador, mil novecentos e sessenta e nove, que el mundo fué y será porque ria y alo sé, um objeto não identificado. O silêncio faz voltar no tempo.

O silêncio, como as contradições e as decepções mais duras, ensina um bocado de coisas. Refaz os planos depois das expectativas desfeitas, refaz a pose depois da queda ou da vertigem, refaz o caminho com mala, cuia, cara e coragem quando parece que é o que precisa ser feito. O silêncio, como o tempo, refaz o que precisa ser refeito, olhar, parede, crença, sentido, prazer, história, vontade, saúde, quase tudo. O silêncio, como dizia o mestre Guimarães Rosa, é a gente mesmo, demais.
Pois, para os dogons, ao que parece, o silêncio é a gente mesmo demais e muito mais. Eles vivem com apenas 40 centímetros de chuva por ano e temperaturas de até 60 graus centígrados, entre casas de pedra e barro cobertas de folhas que ajudam a amenizar o calor escaldante e pequenos celeiros que armazenam os grãos, as espigas de milho, as cebolas, o amendoim, o algodão e o fumo que produzem.

Descendem, acredita-se, dos habitantes de um planeta que orbita ao redor da estrela Sírius e que teriam aterrissado na Terra em eras remotas, inaugurando a civilização. Transmitem suas lendas e tradições de geração em geração há milhares de anos, realizam rituais para a estrela que acreditam ser a origem de tudo. E nascem – olha que coisa – com uma quantidade determinada de palavras dentro da barriga, que acaba quando chega o dia de morrer e eles então morrem em silêncio, porque não têm absolutamente mais nada para fazer.

- Ana Laura Nahas.

terça-feira, 16 de junho de 2009

A alegria em ser criança!


Porque tudo o que a gente quer é ser feliz! De sorriso nos lábios, lápis coloridos nas mãos e um mundo todo de cores, nos olhos.

Você pode ser mais, muito mais.

Você é mais um produto da sociedade moderna. Você é mais uma marionete do sistema como muitos do mundo. Você já perguntou pra si mesmo se é livre? O que o sistema quer é controlar! Não caia na armadilha!
O mundo te apresenta uma sociedade hipócrita, um monstro que te obriga a ser igual a todos. Botam um rótulo na sua testa porque assim é mais fácil de te controlar. Vivemos numa prisão sem grades nem correntes, devemos mudar agora. O mundo te criou, te aprisionou, mas a resistência pode ser feita, a flama da liberdade queima dentro de você. Libere-a.Você não é obrigado a suportar a sociedade: é ela que deve te aceitar, filhos de um presente sem futuro.
Quebre as correntes. Derrube os muros. Você pode fazer a diferença.

Chopinzinho, 10 de junho de 2009.

Estou em casa meu amor. Vim passar o feriado em casa, porque havia dois meses que não via minha família.
Não posso dizer que minha vida está sem graça, sabe?! Porque na realidade parece que tudo corre. Quando eu começo a perceber que as situações mudaram, elas já não são mais as mesmas. Acho que comecei a perceber que de fato, agora eu mudei.
Sempre fui meio madura demais pra minha idade e nem me dei conta de que deveria deixar essas coisas pra depois. Mas enfim, caminhos sem volta.
Aqui pelo Sul o clima está MUITO úmido e frio -- frio no real sentido -- com temperaturas negativas frequentemente. Só que eu gosto desses dias cinzentos e frios. Sinto-me mais humana.
Ahh, queria ver você assim, com esse seu ar mais sério e meio estranho por dentro, ainda que por mais que me esforçasse jamais veria seu eu de dentro por completo. Mas acredito que a gente tem que estar bem consigo mesmo e que é isso que realmente conta -- por dentro e por fora.
... E acho bom que você se autocritique as vezes. Faz bem pra nossa mente, lembrar que não somos perfeitos, que estamos cheios de erros internalizados em nós, e o mais importante, que podemos mudar o rumo da nossa História a qualquer momento! Só não se deixe obcecar por isso: não há espaço para essas coisas em sua vida.
Gosto quando você aparece e mexe comigo -- do jeito que só você sabe fazer. Gosto desses seus ideais fortes e do seu jeiot engraçado de conversar.
Sinto muito a sua falta. E é essa falta inventada que me mata.
Um milhão de beijos, com carinho.
T. B.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Um litro de lágrimas.


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