"De dia, o céu é uma tigela invertida sobre as campinas. Nas noites claras, às vezes se empoeira de estrelas".
"Há um limite, com certeza, para o que se pode exigir do próprio eu adolescente. E continuar a sentir culpa por uma coisa ocorrida há tanto tempo está longe de ser razoável. Mas eu me sinto culpado, assim mesmo. Um pouco. E talvez sempre sinta isso, toda vez que pensar nele. Mas não é só no meu erro que eu penso. Também me interrogo sobre ele, sobre o que lhe terá acotnecido".
- W. Maxwell, in "Até mais, vejo você amanhã".
Supere isto. E se não puder, supere o vício de falar a respeito (Caio Fernando Abreu). ESCREVA.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Lembranças
"Aquilo a que nós, ou eu, pelo menos, nos referimos confiantemente como uma lembrança - com o sentido de um momento, uma cena, um fato que foi submetido a um fixador e por isso resgatado do esquecimento - é, na verdade, uma forma de contar histórias que prossegue continuamente na cabeça e, muitas vezes, muda conforme a narração".
- W. Maxwell, in "Até mais, vejo você amanhã".
Quando se quer acreditar que tudo há de ficar bem
"Um após o outro, entreovi os amigos da família lhe garantirem que não havia outra cura senão o tempo e, embora ele dissesse 'É, eu sei', eu percebia que não acreditava. (...) O que os amigos da família diziam era verdade. Para algumas pessoas. Para outras, os ponteiros do relógio podem girar até o fim dos tempos sem curar nada".
- W. Maxwell, in "Até mais, vejo você amanhã".
- W. Maxwell, in "Até mais, vejo você amanhã".
sábado, 17 de dezembro de 2011
Sentimentos (sub)imersos
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Desafio
Mas não creio que as margens sofram por deixar o rio correr, ou a terra por causa da chuva, ou o átomo que descarrega sua energia... em minha opinião, tudo tem uma compensação mútua. Meu papel difícil e obscuro, de ser aliada de um ser extraordinário, tem a mesma recompensa de um ponto verde numa grande quantidade de vermelho: uma recompensa equilibradora.
- Frida Kahlo, in Diário
- Frida Kahlo, in Diário
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Crescemos!
A gente cresceu... O tempo passou e a gente cresceu... Éramos pequenos botõezinhos de rosa que desabrocharam em lindas flores... Doces, perfumadas. Algum tempo atrás ainda éramos meninas sonhando com o príncipe encantado, com o que fazer na faculdade, com como seria montar uma família. Hoje, não sonhamos mais. Hoje somos adultas, donas de casa, noivas, quase casadas, responsáveis demais com a profissão que escolhemos para o futuro. Umas mais, outras menos, mas todas tornando os antigos sonhos em realidades.
Ah, minhas queridas! Que nostalgia senti nessa última semana, ao receber um convite para um chá de cozinha... Ao ouvir um "não esqueça do meu casamento no dia 7"! Meu Deus! Você vai casar, minha querida Fran! Em breve serei titia adotiva... Você que era uma menininha, tanto quanto eu, dividindo uma maçã no lanche do colégio, caminhando pelos corredores durante as aulas chatas ou fazendo perguntas capiciosas ao nosso queridíssimo professor de química da época. Éramos doces meninas, mas hoje somos fortes mulheres. Cada uma seguindo seu caminho, mas eternamente amigas. Ou mais que isso, irmãs de coração! Kelli e Fran, minhas cats! Que sejamos felizes! Eu as amo muito!
- Para K. e F.
Ah, minhas queridas! Que nostalgia senti nessa última semana, ao receber um convite para um chá de cozinha... Ao ouvir um "não esqueça do meu casamento no dia 7"! Meu Deus! Você vai casar, minha querida Fran! Em breve serei titia adotiva... Você que era uma menininha, tanto quanto eu, dividindo uma maçã no lanche do colégio, caminhando pelos corredores durante as aulas chatas ou fazendo perguntas capiciosas ao nosso queridíssimo professor de química da época. Éramos doces meninas, mas hoje somos fortes mulheres. Cada uma seguindo seu caminho, mas eternamente amigas. Ou mais que isso, irmãs de coração! Kelli e Fran, minhas cats! Que sejamos felizes! Eu as amo muito!
- Para K. e F.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
(Quase) 2012
Hoje queria escrever um pouco mais leve. Talvez pelo puro prazer de deixar minha alma fluir como têm me pedido para fluir.
Minhas últimas palavras foram duras, muito duras. Percebo um tom rude e de lamento. Um pouco de vitimização e desassossego também. Foi um ano difícil. Muitas, muitas pessoas perdidas pelo caminho, muitas escolhas duras e fundamentais, assim como promessas impossíveis de serem cumpridas. Em síntese, muito mudou. Muita vida ficou para trás, com a mesma intensidade com que novos fatos chegaram... Conheci outras pessoas, desvendei seus segredos, me aproximei apaixonadamente de uma outra Talita, de uma outra sensação de paz, de relacionamentos menos exigentes e mais afetuosos.
Foi difícil sim, não há dúvidas! Algo semelhante com pedras pontiagudas em um caminho sem volta. Foram muitos os fins não desejados, muitos os desejos sacrificados. Mas no fim, cá estou eu, pontuando com um pouco de poesia palavras sem dor.
As noites acessas, as mentiras escondidas, os medicamentos aos montes, uma dor sem fim. Algo como um não saber o que fazer com uma bola de sentimentos dentro de mim.
O que significaram tantas lágrimas solitárias?! O que tem a ver com a volta para o teatro, com a não desistência da faculdade? Em que se relaciona com meu posicionamento crítico diante das minhas escolhas ou simplesmente com o fato de finalmente eu conseguir escrever em primeira pessoa?!
Em que resultou as novas amizades, os segredos confessados, as muitas horas em silêncio diante de alguém por quem me descobri de repente apaixonada?! O que foram as idas sozinha, aos prantos, para a universidade em noites vazias para encontrar um anjinho que me dissesse "minha querida, não desista"?! Jamais haveria descoberto que seria tão rara esta vida se não contasse com tantos... Em um setting terapêutico, em uma sala vazia da Unicentro, no meu quarto a portas fechadas, nas ligações no meio da madrugada dizendo "eu não sei o que fazer, mas tenho medo"! E a vida nunca parou... Nunca parou porque mesmo quando me via no fim da linha eu pensava "mais um pouquinho, só mais um pouquinho" e de pouquinho em pouquinho aqui estou eu, com meus 19 anos, com os dois pesinhos no quarto ano de Psicologia, com dezenas de amigos para confiar (pessoas que eu jurei que não me ajudariam em nada!).
Então é um novo tempo, um tempo em que digo que chega de comprimidos, chega de lágrimas, de cortes escondidos. Chega de mentiras bem contadas, de atuações não ensaiadas... Que venha este novo ano e que tudo seja enfim muito melhor!
Minhas últimas palavras foram duras, muito duras. Percebo um tom rude e de lamento. Um pouco de vitimização e desassossego também. Foi um ano difícil. Muitas, muitas pessoas perdidas pelo caminho, muitas escolhas duras e fundamentais, assim como promessas impossíveis de serem cumpridas. Em síntese, muito mudou. Muita vida ficou para trás, com a mesma intensidade com que novos fatos chegaram... Conheci outras pessoas, desvendei seus segredos, me aproximei apaixonadamente de uma outra Talita, de uma outra sensação de paz, de relacionamentos menos exigentes e mais afetuosos.
Foi difícil sim, não há dúvidas! Algo semelhante com pedras pontiagudas em um caminho sem volta. Foram muitos os fins não desejados, muitos os desejos sacrificados. Mas no fim, cá estou eu, pontuando com um pouco de poesia palavras sem dor.
As noites acessas, as mentiras escondidas, os medicamentos aos montes, uma dor sem fim. Algo como um não saber o que fazer com uma bola de sentimentos dentro de mim.
O que significaram tantas lágrimas solitárias?! O que tem a ver com a volta para o teatro, com a não desistência da faculdade? Em que se relaciona com meu posicionamento crítico diante das minhas escolhas ou simplesmente com o fato de finalmente eu conseguir escrever em primeira pessoa?!
Em que resultou as novas amizades, os segredos confessados, as muitas horas em silêncio diante de alguém por quem me descobri de repente apaixonada?! O que foram as idas sozinha, aos prantos, para a universidade em noites vazias para encontrar um anjinho que me dissesse "minha querida, não desista"?! Jamais haveria descoberto que seria tão rara esta vida se não contasse com tantos... Em um setting terapêutico, em uma sala vazia da Unicentro, no meu quarto a portas fechadas, nas ligações no meio da madrugada dizendo "eu não sei o que fazer, mas tenho medo"! E a vida nunca parou... Nunca parou porque mesmo quando me via no fim da linha eu pensava "mais um pouquinho, só mais um pouquinho" e de pouquinho em pouquinho aqui estou eu, com meus 19 anos, com os dois pesinhos no quarto ano de Psicologia, com dezenas de amigos para confiar (pessoas que eu jurei que não me ajudariam em nada!).
Então é um novo tempo, um tempo em que digo que chega de comprimidos, chega de lágrimas, de cortes escondidos. Chega de mentiras bem contadas, de atuações não ensaiadas... Que venha este novo ano e que tudo seja enfim muito melhor!
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