quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

(Quase) 2012

Hoje queria escrever um pouco mais leve. Talvez pelo puro prazer de deixar minha alma fluir como têm me pedido para fluir.
Minhas últimas palavras foram duras, muito duras. Percebo um tom rude e de lamento. Um pouco de vitimização e desassossego também. Foi um ano difícil. Muitas, muitas pessoas perdidas pelo caminho, muitas escolhas duras e fundamentais, assim como promessas impossíveis de serem cumpridas. Em síntese, muito mudou. Muita vida ficou para trás, com a mesma intensidade com que novos fatos chegaram... Conheci outras pessoas, desvendei seus segredos, me aproximei apaixonadamente de uma outra Talita, de uma outra sensação de paz, de relacionamentos menos exigentes e mais afetuosos.
Foi difícil sim, não há dúvidas! Algo semelhante com pedras pontiagudas em um caminho sem volta. Foram muitos os fins não desejados, muitos os desejos sacrificados. Mas no fim, cá estou eu, pontuando com um pouco de poesia palavras sem dor.
As noites acessas, as mentiras escondidas, os medicamentos aos montes, uma dor sem fim. Algo como um não saber o que fazer com uma bola de sentimentos dentro de mim.
O que significaram tantas lágrimas solitárias?! O que tem a ver com a volta para o teatro, com a não desistência da faculdade? Em que se relaciona com meu posicionamento crítico diante das minhas escolhas ou simplesmente com o fato de finalmente eu conseguir escrever em primeira pessoa?!
Em que resultou as novas amizades, os segredos confessados, as muitas horas em silêncio diante de alguém por quem me descobri de repente apaixonada?! O que foram as idas sozinha, aos prantos, para a universidade em noites vazias para encontrar um anjinho que me dissesse "minha querida, não desista"?! Jamais haveria descoberto que seria tão rara esta vida se não contasse com tantos... Em um setting terapêutico, em uma sala vazia da Unicentro, no meu quarto a portas fechadas, nas ligações no meio da madrugada dizendo "eu não sei o que fazer, mas tenho medo"! E a vida nunca parou... Nunca parou porque mesmo quando me via no fim da linha eu pensava "mais um pouquinho, só mais um pouquinho" e de pouquinho em pouquinho aqui estou eu, com meus 19 anos, com os dois pesinhos no quarto ano de Psicologia, com dezenas de amigos para confiar (pessoas que eu jurei que não me ajudariam em nada!).
Então é um novo tempo, um tempo em que digo que chega de comprimidos, chega de lágrimas, de cortes escondidos. Chega de mentiras bem contadas, de atuações não ensaiadas... Que venha este novo ano e que tudo seja enfim muito melhor!

Nenhum comentário: