Porque eu amo quando estou com ele. Mas odeio quando fico na
expectativa de encontra-lo, odeio quando ele me quer pelo Whatsapp. Perdi as
certezas. Queria muito e agora já não sei se quero mais. Queria muito porque o
tempo tem passado e cobrado seu preço, e eu vou me sentindo sem expectativas,
então querendo construir alguma coisa mais sólida para vida, sobre futuro,
sobre casa, família, algo além de estudo e trabalho. Aniversário chegando e eu vou ficar oficialmente mais perto dos 30 do que dos 20 - eis o porque de eu não comemorar os aniversários. Mas a verdade é que o
primeiro impulso, menos consciente, sempre é para ficar sozinha, para fazer o
que eu quiser, o que me fizer feliz. Aí eu me pego pensando assim e na hora
luto contra isso, me digo que não, que eu tenho que tentar mais, que eu quero
ser uma pessoa melhor. E que essa pessoa melhor é mais tolerante com os outros,
é mais sociável, é mais presente na vida dos outros. E o que eu faço se eu desligo
o som do celular quando alguém liga, se eu fecho a porta do quarto quando
alguém chega, se eu não tenho vontade de sair para ver pessoas quase nunca?
Isso de estar com alguém parece que virou tristeza antes mesmo
de ser feliz, feriu, e agora já é cicatriz, dura, que eu não vou conseguir
mudar, cansada de correr e sem conseguir chegar. Então me afasto, vou pra
longe, mas longe não tenho como ficar, porque volto no esforço sobre-humano que
eu acho que tenho que fazer para ser uma pessoa melhor. Do contrário, esses
anos todos de terapia não valeram de nada.
Me peço com frequência para não colocar tudo a perder, mas
eu vou criando caminhos para que me digam que comigo, assim, não dá pra viver e
aí então tudo bem, porque quem escolheu se afastar foi ele e não eu. Tem sido
sempre assim. Eles insistem e eu encontro motivos para dizer que tenho razão em
nunca mais querer vê-los pelo meu caminho. Bloqueio, excluo - do Facebook, do Whatsapp, da vida. Antes mesmo de começar eu já deixo tudo pra depois. Cada dia me
convenço mais de que isso não é pra mim. De que não vai ser nunca.
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