Hoje teve algo de novo porque havia um certo incômodo, uma ponta de ansiedade. Não aquela daqueles dias, mas tem algo mexendo, sabe? Tem algo tentando sair, e é bem quando eu acho que devia parar com a análise, dar um tempo, seguir sozinha, sabe? Essa resistência a mudar é sempre uma tentativa de boicote, de sair do lugar de quem não se responsabiliza pelo que sabe sobre si. Porque eu sei, mas queria não saber. Porque eu vejo e queria não ver. Eu me encontrei perdida nos meus silêncios e eu tive medo de me seguir.
Eu queria me rasgar, eu queria me jogar em um canto e desaparecer. Eu queria sumir - será que se eu ficar aqui quietinha de repente eu sumo? Eu queria gritar. Eu tenho vontade de correr e de gritar, faz dias. Eu queria me esquecer de quem eu sou - se eu me perguntar muito, como Clarice, eu esqueço? Queria ser menos forte, pra desistir mais cedo. Queria ter menos medo pra jogar mais alto e perder com mais intensidade - queria que fosse uma perda dessas, de 7x1, sabe? Dessas que não adianta mais fazer nada, a não ser não deixar piorar muito. Mas se está tão ruim, um a mais, um a menos, que diferença faz? A gente vai continuar - e até quando?
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