terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

No cair da noite... Duas cores.

O negro e o branco. Assim se pinta a noite que vai caindo... Solidão e saudade me batem à porta e pedem para ficar. Eu deixo. Deixo, porque não tenho companhia nenhuma e sempre é bom receber alguém com um som diferente de nossos passos. Elas me perguntam como estou, como sou... E digo que no momento não sou nada. Olho pela janela, o céu ainda é estranhamente claro por sobre as árvores, mesmo que o sol já tenha se ido há tempos. Ainda me deixo fungar e assoar o nariz na frente de minhas peculiares visitas, mesmo que isto demonstre uma notada falta de consideração por minhas hóspedes, mesmo que corra o risco de que não voltem mais. Mas sei que não hão de abandonar-me jamais, porque também sou a única companhia que têm, sou a única que não sorri, a única que não ama e não conversa. Mesmo servindo chá com bolachinhas para minhas hóspedes, não ousei olhá-las nos olhos, nem emitir qualquer som que não se parecesse com um leve sussuro.

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