domingo, 21 de junho de 2015

Sobre perder alguém

Quando pensamos amar uma pessoa, nosso ego investe nela uma imagem que o constitui. Quando a pessoa desaparece ou morre, a relação do ego com o objeto é marcada pelo luto, sendo vivida pelo sujeito como a perda. A libido investida no objeto se retira. A dor é uma decorrência da volta da imagem investida, e, aspecto capital, essa imagem fica desprovida de suporte da realidade do outro. Digo do outro, mas bem que poderia dizer do objeto. Não se trata do outro na sua inteireza, mas da perda desta parte do outro que constituía um aspecto do meu ego.

- Jack Messy, In A pessoa idosa não existe, 1993, p. 15.

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