sexta-feira, 1 de junho de 2012

Disse, diga, que não.

Como nunca olharam? Como nunca perguntaram o que foi? Como nunca disseram que acabaria? Como voltariam? Como me diziam para comer e fechar a boca? Como me induziam a sorrir? Como engolir o choro? Como respirar com a mão em minha garganta? Sufocando-me, preenchendo-me, sufocando-me com afetos indiscretos, como palavras não-desejadas... Sugando-me a alma e o coração, mentindo com mentiras descaradas. E eu calando. Consentindo, dizendo que tudo ficaria bem, dizendo a mim mesma que eu não era aquilo, que não queria que fizessem nada comigo, que não era justo, que não deveria continuar assim, que eu precisava de ajuda, que não, não, não, não.

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