Supere isto. E se não puder, supere o vício de falar a respeito (Caio Fernando Abreu). ESCREVA.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Silêncio, que dizias?
Hoje eu sei, me amavam. Mas nunca me disseram.
Com o olhar transbordado em problemas não me viam, pois eu era pequena e translúcida demais.
Nunca disseram que estariam comigo, por ali, caso eu precisasse.
Nunca me contaram como meus cabelos eram macios, o quanto meus olhos eram verdes e bonitos.
Eu pensava que não me viam. Depois, eu própria me negligenciava.
Eu me deixava escorrer pelas mãos de todos que me tocavam, me apertavam, esmagavam e deixavam-me sozinha pelo chão.
Fui um cordão escorregadio e encardido.
Fui um pedaço de papel que voou, voou longe, longe, querendo ser pássaro, mas sendo folha seca em primavera.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário