quinta-feira, 4 de abril de 2013

Quando o silêncio grita.

Eu disse que estava tudo bem, mas é claro que não está. É claro que eu continuo com as noites em claro, ouvindo meus próprios passos no corredor, é claro que continuo sentindo o coração pulsando a mil e uma vontade doida de sair correndo, sem precisar me explicar, sem precisar me justificar, sem esperar que todos entendam que estou zangada e magoada demais para querer me importar com qualquer outra coisa, porque sinto que todas as tragédias do mundo foram libertadas do baú da bruxa má e então tudo virou o caos à beira de um cais. É claro que assim fica difícil acreditar que há algo de bom em continuar por aqui, mesmo quando as coisas fora de mim pareciam mais interessantes e prazerosas de se viver, mesmo quando eu conseguia olhar para o mundo e me ver em algo bom ali no meio. É tudo tão confuso e efêmero, como um tornado mudando de direção e arrasando com tantos planos e desejos, com tantos castelos de areia construídos na beira da praia, próximo ao mar, mas longe da maré. Como pedacinho de estrela cadente caindo às quatro da manhã, sem ninguém para olhar a beleza que é ser estrela no meio da noite. Chuva, em plena tempestade de neve. Sem nenhum eco trazendo respostas. Mas só chove e chove, em Terra de Utopia. É quase furacão.

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