domingo, 15 de setembro de 2013

Hoje Ed me mostrou que ainda está bem vivo aqui, comigo. Confesso: eu estava com fome, muita fome, e então fui dormir, sonhando com um copo de Nescau. E, literalmente, eu sonhei com ele. Acordei no meio da madrugada com meu estômago implorando pra abrir aquele pacote de biscoitos de chocolate que está na minha prateleira, há poucos metros da porta do meu quarto, mas só fui capaz de ir até o banheiro. Na volta, eu tocava, e olhava no espelho, os ossos das minhas costelas aparecendo sob a pele tatuada e Ed rindo alto para os pedidos deploráveis de meu estômago. Meus olhos, só vendo o que o espelho mostrava: eu sou uma menina faminta. Incapaz de comer dois ou três biscoitos com uma xícara de Nescau.
Hoje estou falhando em dizer que “eu posso fazer isto”, porque não posso. E, no final das contas, T. está sendo fraca e alimentando Ed, deixando que ele pense que está no comando das coisas, que está controlando sua alimentação, seus desejos, sua vida. Está deixando Ed adentrar o estômago, a cabeça, o coração. E, escondida sob as lágrimas, quase já nem sinto fome.
In 11/09/2013 - 3h11

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