Hoje Ed me mostrou que ainda está bem vivo aqui, comigo.
Confesso: eu estava com fome, muita fome, e então fui dormir, sonhando com um
copo de Nescau. E, literalmente, eu sonhei com ele. Acordei no meio da
madrugada com meu estômago implorando pra abrir aquele pacote de biscoitos de
chocolate que está na minha prateleira, há poucos metros da porta do meu
quarto, mas só fui capaz de ir até o banheiro. Na volta, eu tocava, e olhava no
espelho, os ossos das minhas costelas aparecendo sob a pele tatuada e Ed rindo
alto para os pedidos deploráveis de meu estômago. Meus olhos, só vendo o que o
espelho mostrava: eu sou uma menina faminta. Incapaz de comer dois ou três
biscoitos com uma xícara de Nescau.
Hoje estou falhando em dizer que “eu posso fazer isto”,
porque não posso. E, no final das contas, T. está sendo fraca e alimentando
Ed, deixando que ele pense que está no comando das coisas, que
está controlando sua alimentação, seus desejos, sua vida. Está deixando Ed
adentrar o estômago, a cabeça, o coração. E, escondida sob as lágrimas, quase
já nem sinto fome.
In 11/09/2013 - 3h11
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