Supere isto. E se não puder, supere o vício de falar a respeito (Caio Fernando Abreu). ESCREVA.
domingo, 15 de setembro de 2013
Quem és tu que me olhas como se fosse com os olhos do mundo?
Eu vi que você me espiava pela janela enquanto eu chorava. Vi que você via enquanto eu implorava por socorro e não havia ninguém do outro lado da porta para ajudar. Eu sei que você via e que faria de tudo para me salvar. Se pudesse. Se eu permitisse. Porque eu queria que todos, de repente, descobrissem. Queria que todos soubessem o que faço quando estou sozinha, escondida. De repente, queria que todos estivessem como você, espiando na janela escancarada, na porta encostada. Ouvindo os soluços, suspeitando dos silêncios, dos socos na parede, dos gritinhos abafados no travesseiro. Eu sei que me espiava enquanto ninguém mais via, enquanto eu própria não me via. E pedia ajuda, ajuda, ajuda, mil vezes, gritando, rasgando. Em silêncio.
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