quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Aquilo que te digo entre os lábios

Olha, olha nos meus olhos. Não, desculpa, melhor que você não olhe. Não, não olhe porque há coisas que eu não consigo dizer se for olhando nesse teu brilho castanho, nessa tua verdade leve e brilhante. Não, não é que esteja nervosa, apenas não queria precisar dizer essas coisas, mas eu preciso. Eu preciso porque, sabe? A gente tem algumas coisas juntos, algumas coisas que eu queria dizer, mas que eu não estou certa de se posso, se devo. Não, não é porque não estou certa, é porque não queria ter que dizer para você. Olha, o céu está tão lindo lá fora, e a gente aqui dentro. Podemos dar uma volta enquanto conversamos. É que eu me sinto melhor se for lá fora. Não porque eu vou sair correndo e te deixar sozinho, não. É porque eu preciso respirar entre cada palavra, porque eu preciso me colocar em cada palavra e se eu não puder respirar eu não consigo te dizer tudo isso que eu quero, sabe? Não, não vai embora. É cedo. Não, eu sei que é tarde, mas eu queria que ficasse mais um pouquinho, porque. Hã? Não, nada. Eu te levo até a porta.

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