terça-feira, 19 de novembro de 2013

Sobre a (in)dependência no processo terapêutico

Moro há cinco anos na cidade em que estou e permaneci aqui por conta da Universidade. Destes 5 anos, fiz terapia em três deles, com duas psicólogas diferentes. Agora, estou no momento da terapia em que não preciso mais de sessões semanais, estou mais independente. Muito porque tenho apresentado um quadro de grande de avanço, embora com pequenos tropeços e recaídas pelo caminho - uma vida bem montanha russa, como na realidade é a nossa existência - mas também porque o ano está acabando, a faculdade também, e em menos de um mês eu estarei em outra cidade bastante longe da minha psicóloga. Não vou buscar outra (acho que ela me ofereceu tudo o que eu precisava), pois sinto que é o momento em que eu preciso me virar sozinha e também porque não sei ainda se vou ficar de fato na cidade dos meus pais. Mas acho que estou preparada agora para uma nutricionista e talvez seja este meu investimento das férias, além de me matricular em uma academia lá e não dar tempo de ficar surtando ou achando que não estou fazendo o suficiente.
A anorexia nunca me pegou para valer e embora eu tenha perdido bastante peso em pouco tempo neste ano, por eu ser gordinha meu IMC se manteve no índice saudável. Ainda assim, hoje estou no meu menor peso com a altura que tenho e o mesmo de 9 anos atrás, quando eu tinha 12. Mas ainda assim é saudável e o melhor, eu estou comendo sem tanta seletividade, como foi a minha vida toda, embora não tenha aberto mão de ser vegetariana (isso acho que eu não abro mão). Faço exercício físico todo dia, às vezes é o T. A. gritando no meu ouvido, mas em geral, quase todos os dias é pelo puro prazer de liberar o restinho de energia que ficou comigo lá no final do dia. Estou pensando seriamente em investir em uma maratona séria no próximo ano... Preciso treinar mais, mas estou bem a fim mesmo, me sinto quase totalmente preparada para isto.
Então é isso... Acho e tenho sentido ser assim, que a gente fica muito mais leve quando deixa de lado a importância que sempre atribuiu ao fato de estar ou não estar gorda, os medos de não ser aceita, a insegurança acerca de si mesmo... A gente começa a perceber que é excelente como é. E que isto é o suficiente!
E que no meio disso tudo, nossas psicólogas/os foram essenciais, mas a Clínica não é a nossa vida e há tanta coisa lá fora... Assim, eu digo para mim o mesmo que tenho dito aos meus pacientes da Clínica Escola nesse finzinho de ano (estou me formando em Psicologia), que o processo foi excelente e que já somos capazes de produzi-lo lá fora!

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