sexta-feira, 25 de julho de 2014

Janela

Olhar para a minha barriga no espelho.
Foi o suficiente para eu sentir tudo isso desabar de novo, porque mais uma vez eu me ouço dizer que não importa o que eu faça, nunca será o suficiente, eu nunca serei boa o bastante, que nunca serei capaz de atingir o suficiente. E então eu vejo uma vida inteira se repetir com essas poucas palavras, eu me vejo desde criança me esforçando até o limite para ser melhor do que eu era, para fazer mais do que achava que seria capaz. Mais uma vez eu me vejo correndo contra o fluxo, nadando contra uma correnteza que no final não me levaria para outro lugar que não o ponto de partida, porque a corrida era contra mim mesma.
E agora estou tentando, e estou mesmo, me esforçando muito, para esquecer tudo isso, para não pensar que sou ou não sou responsável por todas as minhas escolhas e consequências, tentando entender que nem tudo pode estar na minha alçada e que se for o caso, eu não posso fazer nada.

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