"De dia, o céu é uma tigela invertida sobre as campinas. Nas noites claras, às vezes se empoeira de estrelas".
"Há um limite, com certeza, para o que se pode exigir do próprio eu adolescente. E continuar a sentir culpa por uma coisa ocorrida há tanto tempo está longe de ser razoável. Mas eu me sinto culpado, assim mesmo. Um pouco. E talvez sempre sinta isso, toda vez que pensar nele. Mas não é só no meu erro que eu penso. Também me interrogo sobre ele, sobre o que lhe terá acotnecido".
- W. Maxwell, in "Até mais, vejo você amanhã".
Supere isto. E se não puder, supere o vício de falar a respeito (Caio Fernando Abreu). ESCREVA.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Lembranças
"Aquilo a que nós, ou eu, pelo menos, nos referimos confiantemente como uma lembrança - com o sentido de um momento, uma cena, um fato que foi submetido a um fixador e por isso resgatado do esquecimento - é, na verdade, uma forma de contar histórias que prossegue continuamente na cabeça e, muitas vezes, muda conforme a narração".
- W. Maxwell, in "Até mais, vejo você amanhã".
Quando se quer acreditar que tudo há de ficar bem
"Um após o outro, entreovi os amigos da família lhe garantirem que não havia outra cura senão o tempo e, embora ele dissesse 'É, eu sei', eu percebia que não acreditava. (...) O que os amigos da família diziam era verdade. Para algumas pessoas. Para outras, os ponteiros do relógio podem girar até o fim dos tempos sem curar nada".
- W. Maxwell, in "Até mais, vejo você amanhã".
- W. Maxwell, in "Até mais, vejo você amanhã".
sábado, 17 de dezembro de 2011
Sentimentos (sub)imersos
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Desafio
Mas não creio que as margens sofram por deixar o rio correr, ou a terra por causa da chuva, ou o átomo que descarrega sua energia... em minha opinião, tudo tem uma compensação mútua. Meu papel difícil e obscuro, de ser aliada de um ser extraordinário, tem a mesma recompensa de um ponto verde numa grande quantidade de vermelho: uma recompensa equilibradora.
- Frida Kahlo, in Diário
- Frida Kahlo, in Diário
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Crescemos!
A gente cresceu... O tempo passou e a gente cresceu... Éramos pequenos botõezinhos de rosa que desabrocharam em lindas flores... Doces, perfumadas. Algum tempo atrás ainda éramos meninas sonhando com o príncipe encantado, com o que fazer na faculdade, com como seria montar uma família. Hoje, não sonhamos mais. Hoje somos adultas, donas de casa, noivas, quase casadas, responsáveis demais com a profissão que escolhemos para o futuro. Umas mais, outras menos, mas todas tornando os antigos sonhos em realidades.
Ah, minhas queridas! Que nostalgia senti nessa última semana, ao receber um convite para um chá de cozinha... Ao ouvir um "não esqueça do meu casamento no dia 7"! Meu Deus! Você vai casar, minha querida Fran! Em breve serei titia adotiva... Você que era uma menininha, tanto quanto eu, dividindo uma maçã no lanche do colégio, caminhando pelos corredores durante as aulas chatas ou fazendo perguntas capiciosas ao nosso queridíssimo professor de química da época. Éramos doces meninas, mas hoje somos fortes mulheres. Cada uma seguindo seu caminho, mas eternamente amigas. Ou mais que isso, irmãs de coração! Kelli e Fran, minhas cats! Que sejamos felizes! Eu as amo muito!
- Para K. e F.
Ah, minhas queridas! Que nostalgia senti nessa última semana, ao receber um convite para um chá de cozinha... Ao ouvir um "não esqueça do meu casamento no dia 7"! Meu Deus! Você vai casar, minha querida Fran! Em breve serei titia adotiva... Você que era uma menininha, tanto quanto eu, dividindo uma maçã no lanche do colégio, caminhando pelos corredores durante as aulas chatas ou fazendo perguntas capiciosas ao nosso queridíssimo professor de química da época. Éramos doces meninas, mas hoje somos fortes mulheres. Cada uma seguindo seu caminho, mas eternamente amigas. Ou mais que isso, irmãs de coração! Kelli e Fran, minhas cats! Que sejamos felizes! Eu as amo muito!
- Para K. e F.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
(Quase) 2012
Hoje queria escrever um pouco mais leve. Talvez pelo puro prazer de deixar minha alma fluir como têm me pedido para fluir.
Minhas últimas palavras foram duras, muito duras. Percebo um tom rude e de lamento. Um pouco de vitimização e desassossego também. Foi um ano difícil. Muitas, muitas pessoas perdidas pelo caminho, muitas escolhas duras e fundamentais, assim como promessas impossíveis de serem cumpridas. Em síntese, muito mudou. Muita vida ficou para trás, com a mesma intensidade com que novos fatos chegaram... Conheci outras pessoas, desvendei seus segredos, me aproximei apaixonadamente de uma outra Talita, de uma outra sensação de paz, de relacionamentos menos exigentes e mais afetuosos.
Foi difícil sim, não há dúvidas! Algo semelhante com pedras pontiagudas em um caminho sem volta. Foram muitos os fins não desejados, muitos os desejos sacrificados. Mas no fim, cá estou eu, pontuando com um pouco de poesia palavras sem dor.
As noites acessas, as mentiras escondidas, os medicamentos aos montes, uma dor sem fim. Algo como um não saber o que fazer com uma bola de sentimentos dentro de mim.
O que significaram tantas lágrimas solitárias?! O que tem a ver com a volta para o teatro, com a não desistência da faculdade? Em que se relaciona com meu posicionamento crítico diante das minhas escolhas ou simplesmente com o fato de finalmente eu conseguir escrever em primeira pessoa?!
Em que resultou as novas amizades, os segredos confessados, as muitas horas em silêncio diante de alguém por quem me descobri de repente apaixonada?! O que foram as idas sozinha, aos prantos, para a universidade em noites vazias para encontrar um anjinho que me dissesse "minha querida, não desista"?! Jamais haveria descoberto que seria tão rara esta vida se não contasse com tantos... Em um setting terapêutico, em uma sala vazia da Unicentro, no meu quarto a portas fechadas, nas ligações no meio da madrugada dizendo "eu não sei o que fazer, mas tenho medo"! E a vida nunca parou... Nunca parou porque mesmo quando me via no fim da linha eu pensava "mais um pouquinho, só mais um pouquinho" e de pouquinho em pouquinho aqui estou eu, com meus 19 anos, com os dois pesinhos no quarto ano de Psicologia, com dezenas de amigos para confiar (pessoas que eu jurei que não me ajudariam em nada!).
Então é um novo tempo, um tempo em que digo que chega de comprimidos, chega de lágrimas, de cortes escondidos. Chega de mentiras bem contadas, de atuações não ensaiadas... Que venha este novo ano e que tudo seja enfim muito melhor!
Minhas últimas palavras foram duras, muito duras. Percebo um tom rude e de lamento. Um pouco de vitimização e desassossego também. Foi um ano difícil. Muitas, muitas pessoas perdidas pelo caminho, muitas escolhas duras e fundamentais, assim como promessas impossíveis de serem cumpridas. Em síntese, muito mudou. Muita vida ficou para trás, com a mesma intensidade com que novos fatos chegaram... Conheci outras pessoas, desvendei seus segredos, me aproximei apaixonadamente de uma outra Talita, de uma outra sensação de paz, de relacionamentos menos exigentes e mais afetuosos.
Foi difícil sim, não há dúvidas! Algo semelhante com pedras pontiagudas em um caminho sem volta. Foram muitos os fins não desejados, muitos os desejos sacrificados. Mas no fim, cá estou eu, pontuando com um pouco de poesia palavras sem dor.
As noites acessas, as mentiras escondidas, os medicamentos aos montes, uma dor sem fim. Algo como um não saber o que fazer com uma bola de sentimentos dentro de mim.
O que significaram tantas lágrimas solitárias?! O que tem a ver com a volta para o teatro, com a não desistência da faculdade? Em que se relaciona com meu posicionamento crítico diante das minhas escolhas ou simplesmente com o fato de finalmente eu conseguir escrever em primeira pessoa?!
Em que resultou as novas amizades, os segredos confessados, as muitas horas em silêncio diante de alguém por quem me descobri de repente apaixonada?! O que foram as idas sozinha, aos prantos, para a universidade em noites vazias para encontrar um anjinho que me dissesse "minha querida, não desista"?! Jamais haveria descoberto que seria tão rara esta vida se não contasse com tantos... Em um setting terapêutico, em uma sala vazia da Unicentro, no meu quarto a portas fechadas, nas ligações no meio da madrugada dizendo "eu não sei o que fazer, mas tenho medo"! E a vida nunca parou... Nunca parou porque mesmo quando me via no fim da linha eu pensava "mais um pouquinho, só mais um pouquinho" e de pouquinho em pouquinho aqui estou eu, com meus 19 anos, com os dois pesinhos no quarto ano de Psicologia, com dezenas de amigos para confiar (pessoas que eu jurei que não me ajudariam em nada!).
Então é um novo tempo, um tempo em que digo que chega de comprimidos, chega de lágrimas, de cortes escondidos. Chega de mentiras bem contadas, de atuações não ensaiadas... Que venha este novo ano e que tudo seja enfim muito melhor!
domingo, 20 de novembro de 2011
Nunca paixão
"Contra mim, nunca, senhora, tu lances do arco dourado a seta inevitável ungida de paixão".
- Medeia, in Eurípedes.
- Medeia, in Eurípedes.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Lágrimas e diamantes
Sentira, sentira sim, uma sensação de peso muito grande, uma vontade imensa de colocar para fora tudo aquilo que lhe impossibilitava de se fazer presente ali. Era um pouco como dor, mas também representava excesso. Excesso de tudo, excesso de vida, de medo, de angústia. Um excesso que lhe preenchera a face, os olhos, os cabelos. E nada podia dizer, nada queria fazer. Talvez deitar na cama e assistir a um filme legal, uma comédia sem sal. Ou talvez simplesmente se encolher em cima dos lençóis e chorar lágrimas de diamantes, lágrimas de pesadelo. Sonhos ruins que a seguiam, pessoas que lhe deslizavam, como cobras rastejantes em uma bacia com sabão. Por que não gritou? Porque o tempo não lhe permitia vida sem som, nem palavras de dor.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
É menor do que parece...
Eu acho que sempre disse coisas, sempre disse muitas coisas em meu silêncio preocupante, em meus choros escondidos. Creio ter dado muitos sinais, corporais, nos cortes em momentos em que eu esquecia de ser eu; ou nos poemas transparentes e com palavras humildes. Sempre critiquei o meu ser, recusava o meu eu. Mas ninguém viu. Ninguém me ouviu e então ninguém percebeu que lentamente eu dizia que chegava ao fim. Ninguém leu em meus lábios que a dor era tanta que eu não conseguia mais ser eu, que eu queria ser outra e que, como não poderia, deixei simplesmente não ser ninguém, ou desisti de ser alguém. Também não pensei que fosse loucura, ou não quis pensar que seria assim, enlouquecendo diariamente em minha inconstância, em meus desejos proibidos. Trancada no banheiro, colocando fora tudo o que preenche um vazio que eu não queria sentir, ou no quarto, gravando marcas que me prendem aqui. Aqui, como se não houvesse um fim.
sábado, 1 de outubro de 2011
Para ouvir ao som de Le Moulin
Shhh... Eu não quero te ser... Eu não quero me ser... Shhhh, me deixe só. E só, não me deixe jamais... Que teus olhos estejam cegos dentro de mim e que tua voz não me alcances mais... Shhh, me escute. Quero que me deixes em paz.
Mais uma noite
E que estes sejam meus últimos versos... Os últimos destas noites chuvosas de primavera. Que as gotas de chuva me lembrem lágrimas pela última vez e que não desejar nada seja apenas outro modo de dizer aquilo que preciso. E que, da mesma forma, encontrar alguém perdido na chuva gelada, com roupas enxarcadas, seja a sensação de que ainda se é real e que de fato nada muda quando se admite as pequenas falhas e imperfeições. Meu Deus, que eu possa então me admitir, que eu possa então não ser mais esta farsa que sinto ser, mas ser alguém de fato e esperar que o tempo lá fora mude para poder escolher outras e me deixar ser desejada, mesmo quando digo que nada vale em mim. Mesmo quando me autodestruo com críticas severas ou com arranhões insignificates do ponto de vista subjetivo. Me permita, oh Deus, ser um pouco mais, tentar um pouco mais, compreender o que me dizem todas essas luzes que me ofuscam os olhos e tiram a visão... Me permita, que passe... Mais uma noite, apenas.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Versos tristes
Estes versos são os últimos… Os últimos desta noite, embora um pouco tristes.
Se vão com os claros traços do dia e vêm com a estrela cadente que risca o céu,e se perde, só, em algum lugar, tão frio e tão solitário.
Confesso que esperava por mais uma noite, que ansiava por um retorno prometido e pouco doloroso, mas agora, só espero que a partida seja prazerosa e única.
Se vão com os claros traços do dia e vêm com a estrela cadente que risca o céu,e se perde, só, em algum lugar, tão frio e tão solitário.
Confesso que esperava por mais uma noite, que ansiava por um retorno prometido e pouco doloroso, mas agora, só espero que a partida seja prazerosa e única.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Novos nomes
O AMOR que eu te tenho é um afeto tão novo
Que não deveria se chamar AMOR
De tão irreconhecível, tão desconhecido
Que não deveria se chamar AMOR
Poderia se chamar ABISMO
Pois é certo que ele não tem fim
Poderia se chamar HORIZONTE
Que parece linha reta mas sei que não é assim
Poderia se chamar PRIMEIRO BEIJO
Porque não lembro mais do meu passado
Poderia se chamar ÚLTIMO ADEUS
Que meu antigo futuro foi abandonado
Poderia se chamar UNIVERSO
Porque sei que não o conhecerei por inteiro
Poderia se chamar PALAVRA LOUCA
Que na verdade quer dizer: aventureiro
Poderia se chamar SILÊNCIO
Porque minha dor é calada e meu desejo é mudo
E poderia simplesmente não se chamar
Para não significar nada e dar sentido a tudo!
- Paulinho Moska
Como não ser capaz...
Sem mais dor, sem mais remédios escondidos, sem vômitos forçados ou lágrimas contidas. Porque não consegue mais. Porque tudo pesa demais. "Essa menina está sofrendo"... Sim, ela está! Ela possui pregos nos pés e cacos de vidro no coração. Ela tem uma alma partida ao meio. Tem sangue ao invés de lágrimas e facas tomam o lugar das palavras. Dói ouvir isto de uma menina tão doce. Dói proferir isto sendo uma menina tão doce. Só que não pode mais. Não suportar os outros, evitar quem mais ama, não ser capaz de partilhar seus medos e segredos... Tudo cai como uma grande tempestade. Parece-se com a história de uma menina que chorou um rio de lágrimas e afogou o mundo inteiro, mas que engoliu seu mar salgado antes de terminar, para não precisar assumir que era a culpada por tudo.
domingo, 4 de setembro de 2011
sábado, 3 de setembro de 2011
Quanto dura um amor?
Por quanto tempo podes persistir?
Se insistes contra o tempo é porque mais tempo não há?
Ou porque deixou de querer e apenas nos resta procurar um outro amor, mais jovem e menos maduro?!
Resistirás à minha rotina? Aceitarás os meus sonhos?
E, ainda assim, gostarias de construir castelos de areia comigo?
Outrora desejei um amor, mas hoje, vejo que tenho mais que um amor... És um amor-amigo.
- Para N.
Se insistes contra o tempo é porque mais tempo não há?
Ou porque deixou de querer e apenas nos resta procurar um outro amor, mais jovem e menos maduro?!
Resistirás à minha rotina? Aceitarás os meus sonhos?
E, ainda assim, gostarias de construir castelos de areia comigo?
Outrora desejei um amor, mas hoje, vejo que tenho mais que um amor... És um amor-amigo.
- Para N.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
(a)Temporal
"E deixe que o beijo dure, deixe que o tempo cure.
Que a alma tenha a mesma idade que a idade do céu!"
- Paulinho Moska
Que a alma tenha a mesma idade que a idade do céu!"
- Paulinho Moska
Fragmentação, desintegração
Abandono. Cortes. Fragmento. Integrado. Meias verdades. Pedaços. Podas. Quebrado. Resquício.
(des)Integrado.
(des)Integrado.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Calada e (in)coerente
Todos batem à porta; ninguém convida a entrar
Mas não ser cruel comigo é o mesmo que me perdoar todas as vezes pelas pequenas falhas?! Ou talvez seja simplesmente deixar as coisas passarem, sem se importar tanto?
Pedido
Queria pedir para que não me deixasses esta noite,
queria dizer que ficasses para o lado de dentro da porta
mas só me beijastes os lábios e sorristes como se fosse a última vez.
Sorrias, como se nada mais houvesse além do portão,
porque talvez nada houvesse mesmo.
queria dizer que ficasses para o lado de dentro da porta
mas só me beijastes os lábios e sorristes como se fosse a última vez.
Sorrias, como se nada mais houvesse além do portão,
porque talvez nada houvesse mesmo.
domingo, 14 de agosto de 2011
Ausência nas perguntas, insatisfação nas respostas
"Outrora eu não podia compreender que minhas perguntas não obtivessem resposta; hoje em dia não compreendo que jamais tivesse admitido a hipótese de formular perguntas".
- Franz Kafka
- Franz Kafka
sábado, 13 de agosto de 2011
Para silenciar
Mas como falar?! Como admitir se nesses últimos tempos eu tenho andado tão errada?! Como se não houvesse segundas intenções, como se tudo não fizesse parte de um único desejo, de um único som...
Muros de pedra
Era um muro.
Construído por dezenas de pedras, de rochas inflexíveis, duras.
Todas postas lado a lado, uma por cima da outra.
Mas entre elas um pontinho de cor.
Havia uma sementinha que crescia, que enchia de vida um grande vazio existencial.
E aos poucos iam crescendo jardins de margaridas entre inexplicáveis muros de pedras de silêncio.
Seria o momento de quebrar o muro?! Seria mesmo o momento da derrubada?!
Ou seria melhor simplesmente parar a construção, permitir uma altura suficientemente acessível para que pudesse passar quando desejasse de um lado a outro, sem culpa?!
Construído por dezenas de pedras, de rochas inflexíveis, duras.
Todas postas lado a lado, uma por cima da outra.
Mas entre elas um pontinho de cor.
Havia uma sementinha que crescia, que enchia de vida um grande vazio existencial.
E aos poucos iam crescendo jardins de margaridas entre inexplicáveis muros de pedras de silêncio.
Seria o momento de quebrar o muro?! Seria mesmo o momento da derrubada?!
Ou seria melhor simplesmente parar a construção, permitir uma altura suficientemente acessível para que pudesse passar quando desejasse de um lado a outro, sem culpa?!
Noturna e insone, a Lua
Lá fora havia a Lua. E só.
Era somente ela quem se mostrava na noite sem estrelas.
Porque apesar de tudo, ainda a Lua lhe dizia coisas...
A Lua traduzia a mensagem que o Sol havia deixado no horizonte,
ou talvez explicasse alguma teoria, por aí, inexplicável. Sobre qualquer coisa.
Nada muito importante, nada que justifique muita coisa, mas ainda assim lhe dizia algo.
Então, de olhos abertos, apoiava os cotovelos na janela.
Sentia o vento gelado a beijar-lhe a face, tocar-lhe os lábios.
Chorara um pouco, era verdade, mas de que isto importava se depois daqueles momentos a calma enfim viesse e lhe trouxesse paz?!
Era somente ela quem se mostrava na noite sem estrelas.
Porque apesar de tudo, ainda a Lua lhe dizia coisas...
A Lua traduzia a mensagem que o Sol havia deixado no horizonte,
ou talvez explicasse alguma teoria, por aí, inexplicável. Sobre qualquer coisa.
Nada muito importante, nada que justifique muita coisa, mas ainda assim lhe dizia algo.
Então, de olhos abertos, apoiava os cotovelos na janela.
Sentia o vento gelado a beijar-lhe a face, tocar-lhe os lábios.
Chorara um pouco, era verdade, mas de que isto importava se depois daqueles momentos a calma enfim viesse e lhe trouxesse paz?!
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Ain't so good
"É só fechar os olhos e deixar as palavras saírem, nem é dificíl demais!" Foi isso que ela disse, como forma de não deixar tudo de lado e enfim assumir uma nova postura. Não era uma cobrança, mas um apoio, um incentivo. Pode ser que fosse um pouco doloroso no começo, mas ainda assim eram apenas tentativas e uma forma de conseguir deixar tudo passar, tudo simplesmente desabar...
sábado, 6 de agosto de 2011
Fim da linha
Sempre precisei
de um pouco de atenção.
Acho que não sei quem sou,
só sei do que não gosto...
Eu não esqueço.
A riqueza que nós temos
ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito,
tive medo
e não consegui dormir...
- Legião Urbana, O Teatro dos Vampiros
de um pouco de atenção.
Acho que não sei quem sou,
só sei do que não gosto...
Eu não esqueço.
A riqueza que nós temos
ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo
Eu, homem feito,
tive medo
e não consegui dormir...
- Legião Urbana, O Teatro dos Vampiros
terça-feira, 2 de agosto de 2011
domingo, 31 de julho de 2011
Blues in the city
E então disse "garota! Você tem que ser forte... Por seus irmãos, por suas amigas! E por favor, não desdenhe e nem guarde ódio no coração, descontando-o nas outras pessoas. Também não mude de opinião de uma hora para a outra". Eu cheguei a achar que a vida já tivesse todo um plano para mim, até descobrir que ela teria de ser planejada por mim...
sábado, 30 de julho de 2011
Soluço
O que é um histórico 9 e 10 desmanchando-se em lágrimas nas noites de sexta-feira?! O que é o discurso rebuscado e convincente, quando engolido pelos soluços na madrugada? Quem espera ao meu lado até a tempestade passar? Quem oferece um lencinho para secar as lágrimas pesadas? Quem ameniza a dor na hora do sufoco? Não minha querida! Ninguém! E talvez seja o momento de dizer que não posso mais! De afirmar que me falta algo inominável, inalcançável. Mas necessário. E ao mesmo tempo, tenho medo. Medo do que signifique tudo isso, de como seja para mim, para aqueles que amo... Mas alguém de fato se importa? Ainda há alguém que olha por mim? Se sou anjo da guarda, tanto guardei que acabei esquecida entre trapos e insetos... E nada resta de mim.
sábado, 23 de julho de 2011
Música
"Ouço música: Debussy usa as espumas do mar morrendo na areia. Mozart é o divino impessoal. Chopin conta a sua vida mais íntima. Schoenberg, através de seu eu, atinge o eu de todo o mundo. Beethoven é a emulsão humana em tempestade. Quanto a mim, que não peço música, só chego ao limiar da palavra nova. Escrevo muito simples e muito nu. Sou uma paisagem cinzenta e azul."
- Clarice Lispector
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Poema (in)acabado
Se escolhesses fechar os olhos
no tempo ainda reviverias,
da mesma forma com que fechareis a porta diante do novo.
És medo? Tens medo?
Ou da mesma forma, foges daquilo tudo que não conheceis, mas desejais?
Se não fostes tu mesmo quem escolheu,
então feche os olhos e me deixe.
Deixe, como já fizerdes outras vezes,
com outras histórias,
com outros contos e em outras realidades.
Não te permites sonhar?
Não te permites deixar encantar?
Se proponho-te novo encontro, não me procuras por quê?
Porque tens medo de mim,
porque tens medo de ti.
E nada resta se, de tudo o que deixardes, nada for teu.
Se não colocardes verdadeiramente tua alma em perigo,
então temerás eternamente que não te olhem,
que não te toquem
e que chegue ao fim do mundo como pássaro sem asas,
como mentira que sai de boca limpa,
lágrima de olhos claros.
Mas ainda assim esperas por outrem.
Sonha com um novo, mas novo é sempre novo por um triz,
é sempre partida inesperada, vida roubada
e encanto sem fim, escrito no chão com giz
para que de nada te esqueças na próxima vez,
porque a espera, sem loucura,
sem passo na estrada.
Esperais por nova vida, mas não a persegue.
Senta e espera.
Espera pelo que vier,
pelo que a ti trouxerem,
para só então provar de teu próprio veneno e esperar.
Olha! Não percas o encanto!
Se nada te sustentas, venha até mim!
Beija minha boca,
toca minhas mãos,
olha em meus olhos...
Mas não digas que me ama!
Não digas que comigo ficarás até o fim,
pois ele está próximo demais...
Ele (o tempo) não esperas por vós.
E se os mares pegarem fogo,
se as estrelas girarem ao contrário,
ainda assim não me esqueças,
mas não me ame!
Não me espere!
Não me encontre!
Não me busque, desde que queira morrer comigo,
queimar comigo,
como se fosse canção de amor composta em volta ao fogo,
em noite sem lua.
Que arde,
que queima,
que fumega em cinzas sem ser fênix.
Amor, que se apaga apenas quando do fim.
O amor te esperava!
Te esperava porque sempre esperou!
Nada és além de desejo!
Nada queres além de paixão!
Nada esperas além de tesão!
E então, meu bem, sorria!
Sorria, como se fosse o começo!
Sorria, como se fosse o fim!
E só então me deixe,
sem fim.
no tempo ainda reviverias,
da mesma forma com que fechareis a porta diante do novo.
És medo? Tens medo?
Ou da mesma forma, foges daquilo tudo que não conheceis, mas desejais?
Se não fostes tu mesmo quem escolheu,
então feche os olhos e me deixe.
Deixe, como já fizerdes outras vezes,
com outras histórias,
com outros contos e em outras realidades.
Não te permites sonhar?
Não te permites deixar encantar?
Se proponho-te novo encontro, não me procuras por quê?
Porque tens medo de mim,
porque tens medo de ti.
E nada resta se, de tudo o que deixardes, nada for teu.
Se não colocardes verdadeiramente tua alma em perigo,
então temerás eternamente que não te olhem,
que não te toquem
e que chegue ao fim do mundo como pássaro sem asas,
como mentira que sai de boca limpa,
lágrima de olhos claros.
Mas ainda assim esperas por outrem.
Sonha com um novo, mas novo é sempre novo por um triz,
é sempre partida inesperada, vida roubada
e encanto sem fim, escrito no chão com giz
para que de nada te esqueças na próxima vez,
porque a espera, sem loucura,
sem passo na estrada.
Esperais por nova vida, mas não a persegue.
Senta e espera.
Espera pelo que vier,
pelo que a ti trouxerem,
para só então provar de teu próprio veneno e esperar.
Olha! Não percas o encanto!
Se nada te sustentas, venha até mim!
Beija minha boca,
toca minhas mãos,
olha em meus olhos...
Mas não digas que me ama!
Não digas que comigo ficarás até o fim,
pois ele está próximo demais...
Ele (o tempo) não esperas por vós.
E se os mares pegarem fogo,
se as estrelas girarem ao contrário,
ainda assim não me esqueças,
mas não me ame!
Não me espere!
Não me encontre!
Não me busque, desde que queira morrer comigo,
queimar comigo,
como se fosse canção de amor composta em volta ao fogo,
em noite sem lua.
Que arde,
que queima,
que fumega em cinzas sem ser fênix.
Amor, que se apaga apenas quando do fim.
O amor te esperava!
Te esperava porque sempre esperou!
Nada és além de desejo!
Nada queres além de paixão!
Nada esperas além de tesão!
E então, meu bem, sorria!
Sorria, como se fosse o começo!
Sorria, como se fosse o fim!
E só então me deixe,
sem fim.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Boa pessoa
"Se você dormiu bem
Se você comeu bem
Se você quer o bem
De uma boa pessoa...
Nessas manhãs de frio
Quando a geada pinta a grama
E o azul do céu,
É de uma beleza que caçoa...
Quando o nada, nada te faria tirar o pijama
Não fosse o vento que vai lá fora
É a voz do teu amor que chama agora...
E você vem...
Laraiá, laraiá, laraiá..."
- A Banda Mais Bonita da Cidade
Se você comeu bem
Se você quer o bem
De uma boa pessoa...
Nessas manhãs de frio
Quando a geada pinta a grama
E o azul do céu,
É de uma beleza que caçoa...
Quando o nada, nada te faria tirar o pijama
Não fosse o vento que vai lá fora
É a voz do teu amor que chama agora...
E você vem...
Laraiá, laraiá, laraiá..."
- A Banda Mais Bonita da Cidade
terça-feira, 19 de julho de 2011
Sonho despedaçado
"Eu também sonhara ser artista, mas quando chegou a hora em que devia escolher minha carreira, optei pela medicina, e soube desde o início que seria a psiquiatria (...). Gostaria de poder dizer que foi uma decisão dolorosa, que o artista em mim se rebelava contra a medicina. O fato é que achei que não daria uma contribuição séria como pintor, e, no íntimo, me apavoravam a pressão e a luta para ganhar a vida inerentes a essa profissão. A psiquiatria seria um caminho direto para servir a um mundo que sofria enquanto eu poderia continuar pintando por minha conta, e seria suficiente, achava eu, saber que poderia ter sido um artista profissional."
Ou, quem sabe, tenha trocado o teatro pelo psicologia, desperdiçando um sonho, em pedaços.
- Elizabeth Kostova, em Os ladrões de cisne.
Ou, quem sabe, tenha trocado o teatro pelo psicologia, desperdiçando um sonho, em pedaços.
- Elizabeth Kostova, em Os ladrões de cisne.
Soneto a um anjo
És um pequeno anjo de asas revoltas,
anjo que reverbera um sentimento.
Anjo com quem um dia sonhei
com flores e borboletas.
Volto agora e te peço que
me nutra com tua constância,
com teu abandono sutil,
com teus horizontes sem fim.
Tenha-me como uma realidade,
mesmo que inatingível,
abstrata e paradoxal.
Faça do que sou
o que virei a ser,
ainda, em ti.
anjo que reverbera um sentimento.
Anjo com quem um dia sonhei
com flores e borboletas.
Volto agora e te peço que
me nutra com tua constância,
com teu abandono sutil,
com teus horizontes sem fim.
Tenha-me como uma realidade,
mesmo que inatingível,
abstrata e paradoxal.
Faça do que sou
o que virei a ser,
ainda, em ti.
Envelhecer
Olhar para o espelho e outra imagem ver
aqueles mesmos grandes olhos verdes,
curiosos, a espreitar.
Os lábios finos e frágeis,
as mãos calejadas pelo tempo.
É sentimento que também vem.
De perceber que os filhos cresceram, que os netos chegaram
e que as noites se tornam mais longas no verão.
Agora, o que vê é uma mistura de desejo com nostalgia,
saudosismo de um tempo que não há de voltar mais.
Crescera, e era apenas isto.
Envelhecera! E com o tempo não poderia discordar.
Agora, eram novos planos, novas ideologias.
Uma meta, é verdade, que persistia.
A canção trocada e os anos somados,
mas lá no fim, nada resta a não ser olhares e silêncio.
aqueles mesmos grandes olhos verdes,
curiosos, a espreitar.
Os lábios finos e frágeis,
as mãos calejadas pelo tempo.
É sentimento que também vem.
De perceber que os filhos cresceram, que os netos chegaram
e que as noites se tornam mais longas no verão.
Agora, o que vê é uma mistura de desejo com nostalgia,
saudosismo de um tempo que não há de voltar mais.
Crescera, e era apenas isto.
Envelhecera! E com o tempo não poderia discordar.
Agora, eram novos planos, novas ideologias.
Uma meta, é verdade, que persistia.
A canção trocada e os anos somados,
mas lá no fim, nada resta a não ser olhares e silêncio.
sábado, 9 de julho de 2011
Mapa mundi
Ponha um pouco de delicadeza
No que escrever e onde quer que me esqueças
E eu te pergunto o que será do nosso amor?
- In Mapa mundi, de Thiago Pethit.
No que escrever e onde quer que me esqueças
E eu te pergunto o que será do nosso amor?
- In Mapa mundi, de Thiago Pethit.
Para falar de afeto
Querido vento que me bate à janela, se eu lhe deixar entrar me devorarás?!
Queria falar de afeto, mas sinto indiferença.
Queria falar de amor, mas o que sinto é desejo.
Escondi as lágrimas escorridas, engoli o pranto porque não queria ceder.
Queria fazer o que tinha que fazer. Dar-te um beijo.
E sumir.
Queria falar de afeto, mas sinto indiferença.
Queria falar de amor, mas o que sinto é desejo.
Escondi as lágrimas escorridas, engoli o pranto porque não queria ceder.
Queria fazer o que tinha que fazer. Dar-te um beijo.
E sumir.
sábado, 25 de junho de 2011
Pergunto-lhe...
Onde estão as provas, onde estão os fatos?
as boas novas eram só boatos?
onde estão os atos de bravura e rebeldia (ternura guerreada dia-a-dia)?
será que estamos sós?
onde estão os caras que pregavam no deserto (o deserto continua lá)?
onde estão os caras que deixavam as portas abertas para a vida poder circular?
onde está o teatro mágico só para iniciados?
onde está o espaço não privatizado?
onde estão os caras que acenavam com a mão invisível um mercado para todos nós?
onde estão as provas, onde estão os fatos?
as boas novas eram só boatos?
onde estão os caras que lutavam e cantavam?
por um mundo ideal eles gritavam: não estamos sós!
- Segunda-feira Blues I, Engenheiros do Hawaii
Como é ser hoje?
Hoje eu quero dizer que estou mais feliz e que se estou assim é porque as coisas fazem um pouco mais de sentido para mim. Já não sinto mais tanto aquele peso sobre meus ombros, toda aquela responsabilidade de gente grande que pesa tanto, tanto...
Creio que se hoje estou assim, seria difícil voltar a ser como era antes de todos esses novos olhares, essas reflexões, essas vontades "dizíveis" e escolhas inacessíveis. Hoje, diria que enfim... Tenho criado novos caminhos.
Creio que se hoje estou assim, seria difícil voltar a ser como era antes de todos esses novos olhares, essas reflexões, essas vontades "dizíveis" e escolhas inacessíveis. Hoje, diria que enfim... Tenho criado novos caminhos.
terça-feira, 14 de junho de 2011
E de repente...
domingo, 12 de junho de 2011
(en)Quadro
Não gosto de me sentir sozinha. Parece sempre mais vazio quando tento que as coisas não fiquem. Nesse caso é como se o reforço fosse curvilíneo e que quanto mais esforço haja pra que siga uma linha reta e nunca mais volte, mais ele faça curvas e retorne.
De nada adianta sentir-se só se não há mais nenhum recurso. Acho que o interessante mesmo é um esforço para se sentir bem. Valorizar as coisas pequenas e belas, como aquela borboleta que vejo pela janela, batendo suas lindas asas cor de céu, sem saber que seu fim não está muito distante de 30 dias.
Pela janela encontro o paraíso, se quiser, e encontro também o sol, se eu desejar, mesmo que nessa cidade ele apareça raras vezes no inverno.
A beleza das coisas vêm de dentro, então mesmo que esteja em preto e branco, posso esperar ver a vida arcoíris.
De nada adianta sentir-se só se não há mais nenhum recurso. Acho que o interessante mesmo é um esforço para se sentir bem. Valorizar as coisas pequenas e belas, como aquela borboleta que vejo pela janela, batendo suas lindas asas cor de céu, sem saber que seu fim não está muito distante de 30 dias.
Pela janela encontro o paraíso, se quiser, e encontro também o sol, se eu desejar, mesmo que nessa cidade ele apareça raras vezes no inverno.
A beleza das coisas vêm de dentro, então mesmo que esteja em preto e branco, posso esperar ver a vida arcoíris.
Você é amado?
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso? A demonstração de amor requer mais do que beijos e palavras. Sentir-se amado é sentir que o outro tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que se coloca a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você quando for preciso. É ver como ele fica triste quando você está triste. Sente-se amado aquele que não vê transformada a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro. Aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo, a não ser em um palco de teatro. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas ainda assim escuta.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Oh, meu amor...
Descoberta
Descobri que estou apaixonada!
Hoje descobri que estou loucamente amando e como é gostoso!
Descobri que tenho toda a atenção do ser que amo, que sou plenamente correspondida...
Hoje descobri que estou me amando e que, por me amar, viver é meu único e irremediável fim.
Hoje descobri que estou loucamente amando e como é gostoso!
Descobri que tenho toda a atenção do ser que amo, que sou plenamente correspondida...
Hoje descobri que estou me amando e que, por me amar, viver é meu único e irremediável fim.
terça-feira, 7 de junho de 2011
Desejos
O tempo sempre a rodar
E a menina sempre a cantarolar.
Encontrava pássaros pela janela, via desenhos entre as nuvens.
Em um cantinho do céu, esquecida, jazia uma estrela na noite escura.
Não falava o que o tempo queria que dissesse, mas esperava o sol surgir.
Passava madrugadas em claro, colocando em ordem projetos inacabados.
Essa era a sensação: algo lhe faltava, e porque faltava precisava começar.
Encontrava pássaros pela janela, via desenhos entre as nuvens.
Em um cantinho do céu, esquecida, jazia uma estrela na noite escura.
Não falava o que o tempo queria que dissesse, mas esperava o sol surgir.
Passava madrugadas em claro, colocando em ordem projetos inacabados.
Essa era a sensação: algo lhe faltava, e porque faltava precisava começar.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Por que sempre assim?
Por que tens feito isto? Por que desta forma? Por que com esta frequência? Por que por estes motivos?
Não seria mais fácil deixar passar?! Não seria mais fácil não se culpar, desesperar, pensar?! Não seria mais fácil simplesmente não se importar?!
Escolher uma direção e deixar o vento levar...
Não seria mais fácil deixar passar?! Não seria mais fácil não se culpar, desesperar, pensar?! Não seria mais fácil simplesmente não se importar?!
Escolher uma direção e deixar o vento levar...
domingo, 5 de junho de 2011
Sensação
Acompanhava-a aquela sensação de que esquecera de algo muito importante...
Mas o que seria?!
Talvez, dela mesma?!
Porque o trem se vai na noite sem estrelas...
E o dia vem, mas não há eu, nem trem, nem ela.
Mas o que seria?!
Talvez, dela mesma?!
Porque o trem se vai na noite sem estrelas...
E o dia vem, mas não há eu, nem trem, nem ela.
Qual teu olhar?
sábado, 4 de junho de 2011
Sentia-se bem.
Antes não, mas agora sentia-se bem, agora voltava a sentir prazer nas pequenas coisas, nas suas pequenas ausências, nos seus pequenos problemas, nos seus grandes sonhos. O encanto retornara, as ideias se atualizaram, a vida enfim tomou forma e as coisas deixaram de cair ao seu redor. Ainda sentia o coração acelerar de vez em quando, aquela sensação de que esquecera de fazer algo muito importante, ou de que não haveria tempo suficiente para finalizar tudo. Mas o tempo se construía. Mas a vida por si só era importante e ainda assim, sentia medo. Embora, desta vez, o medo não paralizasse - a impulsionasse. Fazia-na correr, falar, cantar, atuar. Seu medo criava... Sentia-se um pássaro com asas podadas, mas mesmo sem voar lhe era permitido caminhar. Um caminho mais árduo, verdade, mas ainda assim um caminho. Algumas crises, é certo... Pequenas paranoias por estar iniciando o final de mais uma década. Então derramara novas lágrimas, contara outros fatos, assobiara uma nova canção, escolhera novos amigos, sentira uma nova forma de sentir saudade. E então, por outros caminhos, fora feliz.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Com o tempo
Com o tempo se aprende...
Que não precisas ter todas as respostas para agora,
que não precisas pensar em tudo hoje,
que podes deixar um pouco para lá.
É como se mandasse recados a si mesma...
Que faças o melhor no momento e não tudo o que podes,
e nem o certo ou algo assim.
Que não se cobre demasiadamente.
Faça até onde conseguires...
E será o suficiente.
Que não precisas ter todas as respostas para agora,
que não precisas pensar em tudo hoje,
que podes deixar um pouco para lá.
É como se mandasse recados a si mesma...
Que faças o melhor no momento e não tudo o que podes,
e nem o certo ou algo assim.
Que não se cobre demasiadamente.
Faça até onde conseguires...
E será o suficiente.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Vital
Há vezes que cansa, que dói. Há vezes que as palavras são insuficientes para gritar!
E então desisto. Desisto, mas levanto e insisto.
Mas não sei se existo.
E então desisto. Desisto, mas levanto e insisto.
Mas não sei se existo.
domingo, 29 de maio de 2011
Pela janela da alma
Tenho sonhado com os olhos abertos
tenho visto estrelas
e esperado sozinha no portão.
tenho visto estrelas
e esperado sozinha no portão.
O fim
E que olhes para o céu,
e que digas que continuará,
e que não se esquecerás.
Que permita ficar,
querer, amar, confiar.
E que no final, quando tudo se esvai,
que permaneça algo de nós!
e que digas que continuará,
e que não se esquecerás.
Que permita ficar,
querer, amar, confiar.
E que no final, quando tudo se esvai,
que permaneça algo de nós!
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Quando falo sobre vidas e amores...
É para dizer que a vida não é nada sem esses amores, sem esses sentidos, sem perceber que ainda se é importante para alguém. E que então tudo pode valer a pena.
Escrevi um trechinho de uma conversa gostosa no espelho do meu quarto, para me dar força. E assim vou caminhando, puxando meu barquinho as vezes contra a maré, as vezes deixando a correnteza levar...
Escrevi um trechinho de uma conversa gostosa no espelho do meu quarto, para me dar força. E assim vou caminhando, puxando meu barquinho as vezes contra a maré, as vezes deixando a correnteza levar...
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Eu me sinto às vezes
tão frágil, queria me debruçar em alguém, em alguma coisa. Alguma segurança. Invento estorinhas para mim mesmo, o tempo todo, me conformo, me dou força. Mas a sensação de estar sozinho não me larga. Algumas paranoias, mas nada de grave. O que incomoda é esta fragilidade, essa aceitação, esse contentar-se com quase nada. Estou todo sensível, as coisas me comovem.
- Caio Fernando Abreu
- Caio Fernando Abreu
quarta-feira, 18 de maio de 2011
sexta-feira, 13 de maio de 2011
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Escolhas
Estivera ausente por um tempo, mas era aquela ausência necessária... Aquele sentido que vem por meio do afastamento quase total de qualquer realidade imposta e previamente construída. Não se tratava de escolhas, embora as escolhas também fossem importantes e determinantes, mesmo aquelas que não fizera. É mais como se fizesse qualquer coisa para jurar que tinha capacidade de fazer e então, com isto, tudo de repente faz sentido. O mundo gira em novos tons e a vida sorri em novas cores, pois a energia é transferida de tal forma que toda e qualquer determinação cai por terra no exato momento em que deveria se consolidar e existir!
quinta-feira, 5 de maio de 2011
(des)Apaixão
Sentia-me contente por não estar apaixonado, por não estar contente com o mundo. Gosto de estar em desacordo com tudo. As pessoas apaixonadas tornam-se muitas vezes susceptíveis, perigosas. Perdem o sentido da realidade. Perdem o sentido de humor. Tornam-se nervosas, psicóticas, chatas. Tornam-se, mesmo, assassinas.
- Charles Bukowski
- Charles Bukowski
domingo, 1 de maio de 2011
Poderia, se não fosse
Acordara todos esses dias sentindo-se solitária, frágil. Tropeçara diversas vezes em objetos variados, esquecera alguma coisa muito importante e sentira falta de alguém para esquentar as mãos. Os homens que conhece são amigos demais ou pretendentes demais e quer alguém distante, que olhe de uma forma bem particular, que a deixe confortável, contente, ou triste. De preferência alguém a quem ainda não ame, para poder falar abertamente sobre sua teoria de amor latente; amor que já habita algum determinado espaço e apenas não foi direcionado a um alvo específico; amor que já existe e que não encontra alguém com quem dividir. Poderia ser ela, se não roesse as unhas. Se não as pintasse dessa cor. Se tivesse coragem. E se não assustasse tanto o fato de que se parece demais com o seu mundo. Meio bonito. Meio antiquado. Meia estação.
sábado, 30 de abril de 2011
Solidão
É sinônimo de estar só. E estar só nem sempre é sinônimo de sozinho. Por vezes se está sozinho, mas no coração há o aconchego de uma mão amiga que está ali há alguns quilometros de distância e que um telefone resolveria qualquer ansiedade ou mesmo um pensamento seria capaz de afastar o medo e a insegurança de não ter ninguém. Porque na verdade tem, porque há um outro alguém. Já, solidão não... Na solidão não há ninguém; apenas há falta, ausência, desconsideração. Da mesma forma, há um outro a alguns quilometros, mas um telefone não dá conta, um pensamento muito menos. Precisa gritar, implorar para que a ouçam. Precisa parar de roer as unhas e controlar o rubor da face... Do que precisa mesmo é de um pouquinho de atenção, precisa de um pouquinho mais de colo, de fragilidade. Era uma mulher forte, disto não havia dúvidas, porém vez ou outra queria ser uma criança frágil brincando com fósforos, queria ouvir a mãe gritar para parar antes de se queimar... Mas e adianta, se mesmo sem brincar a vida já lhe queimara tantas vezes?! Então solidão deve ser ausência de sentido, ou presença de sentidos desconhecidos. Detestava pensar como uma pessimista, como alguém que sente mágoa pela vida, porque não era, não pensava assim. Era decidida, idealizava, tinha sonhos, amava tantas coisas... Embora nesses momentos de ausências não visse nada, não encontrasse nada, mas porque não encontrava não queria dizer que não existiam, apenas que se escondiam tão profundamente que precisava procurar demais para então perceber que as havia perdido.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Vida
A vida é fogo? Ou será brisa leve chegando ao mar?! Disseram-me que é carta marcada, acirrada e assinada pelo destino. Ouvi falar que não permite volta, mas há quem jure que deu mil e uma voltas e sempre conseguiu. E nunca desistiu. Outros, ainda, me disseram para não esperar muito, embora depositar tudo. E, bem no final das contas, acho que vida é indecisão, indefinição. É poço sem fundo tanto quanto é o fundo do poço.
...mas bem lá no fim, me disseram que poderíamos gritar, esbravejar, revoltar-nos contra os deuses. Já eu, suspeito que o mais sensato a se fazer seja aceitar.
...mas bem lá no fim, me disseram que poderíamos gritar, esbravejar, revoltar-nos contra os deuses. Já eu, suspeito que o mais sensato a se fazer seja aceitar.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
sábado, 23 de abril de 2011
Tudo mudara
Tudo mudara. Eram outros. Pareciam serem outros, não mais os mesmos. Ou eram os mesmos, mas com outras roupas, com outros gestos, outros olhares. Parecia um estado variado de alucinação, mas eram outros e ela acreditava que se sentira diferente, eram mais amáveis, ela era mais amada. Ao se olhar no espelho se via como uma criança, uma menina com quem ninguém se importa, mas que todos amam. Uma menina que ainda sorri quando vê borboletas voando entre as flores do jardim. Uma garota que ainda implora quando vê o tempo passar e ainda quer brincar. Queria liberdade, mas também queria amor. E porque amava era tocada e tocava. Quem se importa se perdia a direção de vez em quando?! Quem se importa se ainda anda na contramão?!
Para se perdoar...
E talvez, o que mais a machucava era o fato de não se perdoar. Sabia que não era culpada por tudo, que não tinha como ter controle total sobre tudo, mas ainda assim não se permitia chorar. Outrora era uma culpa engendrada, uma culpa projetada - projetavam nela, mas não agora. Agora era (des)culpa, era ser outra e ainda assim querer ser a mesma. "Não importa o que fizeram de ti. Importa o que você faz com o que fizeram de ti". E aí? É hora de se perdoar. É hora de perceber o que você mesma faz consigo e de se dar outra chance. Eis o momento de reavaliar.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Um cantinho ainda seu
Precisava sonhar. Precisava encontrar um pedacinho, naquilo tudo, que lhe pertencesse, que fosse efetivamente seu. Não eram mais sentimentos jogados ou improvisados. Agora, eram ordens e sentidos que se davam em alto e bom tom. No entanto, persistia uma confusão implícita. Permanecia dentro de si uma fuga do inesperado, uma imensa vontade de não encarar. O afastamento também lhe fizera mal. Ela sentira que ele também a sufocava e não se conhecer suficientemente bem para compreender como ele se manifestava também a deixava confusa e magoada. Mas era uma mágoa dissimulada, uma mágoa deslocada do imenso buraco aberto pelo outro, para um caminho desconhecido, porém dentro de si.
domingo, 17 de abril de 2011
Questionamentos
Ah, querido, mas e quando as palavras doces que você escreve soam como facas? E quando as coisas se tornam tão contraditórias que não parecem mais serem as mesmas?
E se eu contar o que fiz?
E se eu pedir desculpas?
E se chorar amargamente?
Adianta trocar o nome? O cheiro? A cor?
Você quer que eu fique?
Quer um tempo para pensar?
Ou me odeia para toda a vida?
E se eu contar o que fiz?
E se eu pedir desculpas?
E se chorar amargamente?
Adianta trocar o nome? O cheiro? A cor?
Você quer que eu fique?
Quer um tempo para pensar?
Ou me odeia para toda a vida?
quinta-feira, 14 de abril de 2011
domingo, 10 de abril de 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
... e então chorei.
Por tudo aquilo que quis ser. Pelo que almejei, pelo que desisti. Chorei por não sentir e por mentir que sentia. Por esperar. Chorei porque queria mais e não tinha. Porque contei. Chorei porque fui amada e não correspondi. E então chorei, mas parei. Parei e caminhei.
"Ontem eu chorei.
Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas. Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda-roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento."
- Caio Fernado Abreu
- Caio Fernado Abreu
quarta-feira, 6 de abril de 2011
O que fica
Hoje o coração apertou. O sono sumiu e o peito se fechou. Novamente o sufoco. O sufoco diante da perda ou, melhor dizer, diante do medo da perda?! Se foi. Subiu no avião e se foi, mas o outro ficou. Ficou só olhando, só pedindo, só implorando em silêncio para que não fosse. Mas não a ouvia. Da mesma forma com que eles não a ouviam. Ela sentia falta. Ela andava no ônibus que tanto balançava e gritava sem sons para que aquilo parasse, para que tais pensamentos a deixassem, saíssem de sua mente e a libertassem. E novamente, novamente sentia que faria qualquer coisa para que parasse. Qualquer coisa.
domingo, 3 de abril de 2011
E agora?!
E agora? Agora chora! Agora esquece, agora treme. Agora pega tuas culpas e desculpas e atira janela a fora. Agora tranca a porta por dentro, mas abre por fora! Agora fica. Fica você também do lado de fora! Agora escolhe o nome, a música, a hora. Agora atira a palavra pela escada e termina a tortura, bem agora! Agora esquece, pensa, toma, engole e chora. Mas só agora.
Sobre poços profundos.
Fechara os olhos, mas ainda assim o via. Era um sentimento estranho, diferente daquele que vinha sentindo até então, pois este lhe invadia de tal forma que tomava corpo, era a cristalização do medo e da insegurança diante dos primeiros passos.
Claro que engolir meias palavras causavam-lhe uma indigestão danada, mas ainda assim era melhor do que deixar as meias palavras invadirem sua vida e lhe causarem grandes estragos. Já havia se visto no fundo do poço tantas vezes... Na água escura do fim do túnel ecoava apenas ela. Acreditara que a vez anterior sempre tivesse sido a mais dura, a mais difícil e a queda mais profunda. Tanto se surpreendia quando se deparava com circunstâncias ainda maiores. Porém, desta vez, havia um diferencial: poderia não saber o tamanho do poço do outro, mas se fosse ainda mais fundo no seu, aí não se garantia. Muito poderia acontecer, até mesmo um muito que não lhe permitiria volta!
Claro que engolir meias palavras causavam-lhe uma indigestão danada, mas ainda assim era melhor do que deixar as meias palavras invadirem sua vida e lhe causarem grandes estragos. Já havia se visto no fundo do poço tantas vezes... Na água escura do fim do túnel ecoava apenas ela. Acreditara que a vez anterior sempre tivesse sido a mais dura, a mais difícil e a queda mais profunda. Tanto se surpreendia quando se deparava com circunstâncias ainda maiores. Porém, desta vez, havia um diferencial: poderia não saber o tamanho do poço do outro, mas se fosse ainda mais fundo no seu, aí não se garantia. Muito poderia acontecer, até mesmo um muito que não lhe permitiria volta!
sábado, 2 de abril de 2011
Não sei bem de onde vem
sexta-feira, 1 de abril de 2011
(trans)Formações
“Sente-se diante dos fatos como uma criança e prepare-se para sacrificar todas as noções preconcebidas, siga humildemente por toda parte e por todos os abismos a que a natureza o levar, ou você não aprenderá nada.”
- T. H. Huxley, in Envelhecer: histórias, encontros, transformações
- T. H. Huxley, in Envelhecer: histórias, encontros, transformações
domingo, 20 de março de 2011
sábado, 19 de março de 2011
Caminhos
Seu olhar era calmo, doce. Seus claríssimos olhos azuis denunciavam a paz e a serenidade que sua presença lhe causava. Não queria conversar, pois sentia-se cansada demais para tal, não sabia se ainda conseguiria. Mas ainda assim a ouviu. Ouviu-a, entendeu-a e se fez entender, muito por conta daquele jeito de quem acredita na vida - era uma leveza de ser que têm apenas aqueles que verdadeiramente compreendem a essência e a dimensão de suas existências. E não tinha certeza de quais os caminhos a seguir, porém eles eram tortos, confusos e dúbios, mas ainda assim eram caminhos passíveis de serem reavaliados constantemente e a cada novo passo.
- Para C.
Espera
Estava esperando. Esperava a noite cair na mesma intensidade com que esperara o medo desaparecer, sufocando-o embaixo do cobertor. Mas era outro dia. Era a nova chance que pedira para mostrar que suas desculpas já não eram mais necessárias, que suas palavras não podiam mais ser meias verdades, pois queria ser inteira. Queria ser o que não fora até ali. Em verdade, queria uma nova chance para tudo. Desejava que abertamente pudesse olhar nos olhos de sua imagem refletida no espelho e visse mais do que um par de olhos verde-musgo, inchados e brilhantes. Especialmente hoje queria poder se ouvir e pedir para que "por favor, faça algo por ti"!
quinta-feira, 17 de março de 2011
Mentiras
Doem, doem tanto, sufocam... Que eu faria qualquer coisa para que parasse, sinto que faria qualquer, qualquer, coisa. Diante das mentiras parece que sou um fracasso, porque não sei lidar com a verdade, mas em verdade mesmo eu não sei é lidar com as mentiras, com as desculpas esfarrapdas que se escondem por trás de sorrisos falsos num jogo dramático que se apresenta mais sério que em meus palcos.
segunda-feira, 14 de março de 2011
Sufoco
"Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que... Não sei onde... Para resgatar alguma coisa que nem sei o que é
e nem onde perdi..."
(Clarice Lispector)
e nem onde perdi..."
(Clarice Lispector)
sábado, 12 de março de 2011
Hoje não.
Não, hoje eu não vou sair de casa. Especialmente hoje eu vou ficar aqui, quietinha, esperando o trem passar... Vou esperar até que o vento acalme e que as estrelas fiquem tão luminosas que façam minha visão sair do foco. Hoje eu vou ficar aqui e vou esperar que toda a tormenta me diga que ainda há tempo, que as coisas não são simplesmente um emaranhado de contradições, mas hey, querido! Caso deseje, venha esperar comigo.
A beautiful mess
Uma música que hoje, em especial, tem me dito muito - se não tudo.
"Você tem tido o melhor de ambos os mundos
Você é um tipo de garota que pode derrubar um homem
E levantá-lo novamente
Você é forte, mas você é carente
Humilde, mas gananciosa
Baseado em sua linguagem corporal
Seus gritos cursivos eu tenho ouvido
Você tem estilo, é quieta seletiva
No entanto sua mente é um tanto imprudente
Bem eu acho que isso é apenas sugestivo
Que isso é só o que a alegria é.
Ei, que bonita confusão é essa?
É como catar lixo nas roupas.
Bem,dói um pouco quando o tipo de palavras que você escreve
Meio que se transformam em facas
E não ligue pros meus nervos, chame de ficção
Mas eu gosto de ficar imerso em suas contradições
Minha querida,
Porque nós estamos aqui, aqui nós estamos.
Embora você fosse preconceituosa,
eu amei seus conselhos
Suas voltas, elas são rápidas
E provavelmente tenho que fazer isso com suas inseguranças.
Não há nenhuma vergonha em se tornar maluco,
Dependendo de como você se torna.
Estou parafraseando esta relação que encenamos
E essa é uma bonita bagunça, sim essa é
É como se nós estivéssemos lavando a roupa suja.
Bem, dói um pouco quando as palavras amáveis que você escreve
Meio que se transformam em lâminas
E a vida boa e cortês foi algo que ouvi falar
mas é bom dizer que jogamos sujo
Oh querida,
Porque nós estamos aqui, aqui nós estamos.
Nós continuamos aqui.
E que bonita confusão é essa?
É como adivinhar algo quando a única resposta que temos é sim.
E através de palavras atemporais e fotos de valor incalculável
Voaremos com pássaros que não são dessa terra
E as marés mudam e os corações se desfiguram
Mas isso não é preocupação quando nos ferimos juntos
E nós rasgamos nossas vestes e manchamos nossas camisas
Mas é bom por hoje, a espera foi válida.
Aqui estamos nós."
- Jason Mraz
"Você tem tido o melhor de ambos os mundos
Você é um tipo de garota que pode derrubar um homem
E levantá-lo novamente
Você é forte, mas você é carente
Humilde, mas gananciosa
Baseado em sua linguagem corporal
Seus gritos cursivos eu tenho ouvido
Você tem estilo, é quieta seletiva
No entanto sua mente é um tanto imprudente
Bem eu acho que isso é apenas sugestivo
Que isso é só o que a alegria é.
Ei, que bonita confusão é essa?
É como catar lixo nas roupas.
Bem,dói um pouco quando o tipo de palavras que você escreve
Meio que se transformam em facas
E não ligue pros meus nervos, chame de ficção
Mas eu gosto de ficar imerso em suas contradições
Minha querida,
Porque nós estamos aqui, aqui nós estamos.
Embora você fosse preconceituosa,
eu amei seus conselhos
Suas voltas, elas são rápidas
E provavelmente tenho que fazer isso com suas inseguranças.
Não há nenhuma vergonha em se tornar maluco,
Dependendo de como você se torna.
Estou parafraseando esta relação que encenamos
E essa é uma bonita bagunça, sim essa é
É como se nós estivéssemos lavando a roupa suja.
Bem, dói um pouco quando as palavras amáveis que você escreve
Meio que se transformam em lâminas
E a vida boa e cortês foi algo que ouvi falar
mas é bom dizer que jogamos sujo
Oh querida,
Porque nós estamos aqui, aqui nós estamos.
Nós continuamos aqui.
E que bonita confusão é essa?
É como adivinhar algo quando a única resposta que temos é sim.
E através de palavras atemporais e fotos de valor incalculável
Voaremos com pássaros que não são dessa terra
E as marés mudam e os corações se desfiguram
Mas isso não é preocupação quando nos ferimos juntos
E nós rasgamos nossas vestes e manchamos nossas camisas
Mas é bom por hoje, a espera foi válida.
Aqui estamos nós."
- Jason Mraz
sexta-feira, 11 de março de 2011
terça-feira, 8 de março de 2011
Tic-tac
Hoje, enquanto os ponteiros do relógio giram, pouco tenho a dizer. Apenas que "até que cordeiros virem leões". O que quero dizer com isto?! Quero dizer apenas que não desistamos. Por amor, vamos juntos, até o fim!
segunda-feira, 7 de março de 2011
Laranja
domingo, 6 de março de 2011
Imagem (dis)funcional
"Admito que é inata em nós a estima pelo próprio corpo, admito que temos o dever de cuidar dele. Não nego que devamos dar-lhe atenção, mas nego que devamos ser seus escravos. Será escravo de muitos quem for escravo do próprio corpo, quem temer por ele em demasia, quem tudo fizer em função dele. Devemos proceder não como quem vive no interesse do corpo, mas simplesmente como quem não pode viver sem ele. Um excessivo interesse pelo corpo inquieta-nos com temores, carrega-nos de apreensões, expõe-nos aos insultos; o bem moral torna-se desprezível para aqueles que o amam em excesso." Sêneca
sexta-feira, 4 de março de 2011
(Des)Controle
Palavras-chave: a comida, a condição de perigo, a gordura, acima, beleza, comportamento, compulsão, controle, corpo, depressão, dieta, doente, doença, doença, doença, dor, estresse, eu, fome, fugir, grunge, indecisão, jogar, magro, mental, médicos, nervosa, o conceito, o medo, perda, peso, pois, problema, sinal, sintoma, sobre pressão, tratamento, ódio, ódio, ódio.
Droga!
Droga!
quarta-feira, 2 de março de 2011
In memorian.
E se nada nos basta, que os pássaros cantem por nós! Se nada nos satisfaz e anima, deixa-nos ver o dia virar noite e as estrelas começarem a piscar do céu. Deixa! Deixa agora que se eu mesma não posso sorrir, que teus filhos sorriam por nós, ou que os outros nos digam o quanto somos especiais. Mas não esperemos demasiadamente tarde nos arrependermos dos sorrisos não dados, das flores não cheiradas, dos beijos não sentidos. Sempre há tempo para refazer, é verdade, então que façamos! Não esperemos que nosso amor dê para traz e esqueça o quanto estes simples versos têm nas linhas. Que outros então falem por nós... Que Machado de Assis reviva Capitu, que Moraes escreva Aos Amigos novamente e que Clarice dê mais Um sopro de vida. Busquemos Caio para plantar seus Morangos Mofados e tiremos o Retrato de Cecília Meireles... E que no fim, nada passe de olhares e silêncio.
Então hoje, meu bem,
...vamos?! Vamos colher os frutos de tudo o que plantamos nos últimos anos, em nossas últimas vidas?! Vamos correr sorrindo alegremente por um jardim florido com margaridas e tulipas?! Hoje, meu bem, vamos juntos colecionar fotografias de borboletas, vamos contar as moedas no fundo da fonte?! Ou você prefere deitarmos na calçada para caçarmos as constelações num céu estelado de azul-anil?! Mas, no meio disso tudo, eu posso te fazer uma pergunta?! Posso perguntar o quanto vale a vida para você?!Posso te questionar acerca de teus desejos, de teus sonhos e de nosso amanhhecer?! É... "Estamos, meu bem, por um triz... Do dia nascer feliz!" Por um triz "do mundo inteiro acordar e a gente dormir", feliz!
- Para T. F.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Na noite
Se tudo o que vira fora um imenso e intenso buraco negro, se as cores não se distinguiram em formas acessíveis e enquadradas em um tamanho que me fosse visível, por que, mas por que insistia em manter a linha, em me controlar obsessivamente, se tudo lá fora andava tão descontrolado?! O vento, as folhas voando, a marca laranja do tempo.
Se pudesse ter escolhido, diria que não o queria. Não o queria porque magoava e machucava profundamente. Grandes filetes de sangue que insistira que desta vez não correriam, que não me diriam quem sou, pois eu é que diria a eles quem eu era, quem eu sou! Quisera ser mais descomplicada, menos sensível. Quisera, é verdade, mas não o era. Quisera inúmeras vezes um ideal menos romântico e sonhador, mais pé no chão, ou simplesmente um ideal não-ideal. E tampouco isto eu tinha.
Foram gritos abafados no travesseiro, socos inaudíveis nas paredes, lágrimas compulsivas e intensas na face... E no fim, um telefonema, um vestígio dor e mais nada. Apenas silêncio e aceitação.
- Para V.
Se pudesse ter escolhido, diria que não o queria. Não o queria porque magoava e machucava profundamente. Grandes filetes de sangue que insistira que desta vez não correriam, que não me diriam quem sou, pois eu é que diria a eles quem eu era, quem eu sou! Quisera ser mais descomplicada, menos sensível. Quisera, é verdade, mas não o era. Quisera inúmeras vezes um ideal menos romântico e sonhador, mais pé no chão, ou simplesmente um ideal não-ideal. E tampouco isto eu tinha.
Foram gritos abafados no travesseiro, socos inaudíveis nas paredes, lágrimas compulsivas e intensas na face... E no fim, um telefonema, um vestígio dor e mais nada. Apenas silêncio e aceitação.
- Para V.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Humildade
“ – Em Roma, senhor Holmes, quando César voltava vencedor das batalhas e a multidão o aclamava, entusiasmada, durante os desfiles do Triunfo, fazendo-lhes as honras de uma divindade, ele costumava ter ao seu lado um escravo sussurrando-lhe ao ouvido: “És calvo, velho e barrigudo...”. Queria, com isso, lembrar-se de que era apenas humano. A humildade é a mãe de todas as virtudes. Guarde O Canto do Cisne como um troféu do escabroso caso que não conseguiu resolver.”
- Jô Soares – O xangô de Baker Street
- Jô Soares – O xangô de Baker Street
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Como diria Chaplin
"Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem que o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram. Olhes para trás... Mas vá em frente pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir-te." (Charles Chaplin)
Eles se amam.
Todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossível. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro e deveriam lutar por isso. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por aí, cada um sabe a falta que o outro faz.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Velhos sentimentos
Naquela noite encostou a cabeça no travesseiro e fechou seus olhos. Junto às lágrimas, as velhas perguntas voltam a perturbar. Novamente seus pensamentos voltaram para uma tarde de verão que ela pensava já ter afastado da memória, uma tarde que por anos infindáveis ficou esquecida. Não que a tivesse abandonado de vez, porque sabia, por todos os seus dias, que algo estava errado, que uma parte de si ainda faltava, mas isto não a incomodava por não saber exatamente o que era e por não ter curiosidade (ou coragem) suficiente para buscar. Porém, quando tudo voltou, quando tudo finalmente fez o saco velho repleto de mentiras, culpas e desculpas se rasgar em mil pedaços que voaram soltos por aí, ela precisou encarar a realidade e jogar o jogo jogado por ele tempos atrás, quando ainda era jovem demais para entender como as regras o favoreciam e velha demais para, mais tarde, não saber do que se tratara. São velhos sentimentos, mortos e enterrados que voltam a assombrar, mesmo após um dia em que, num momento de fraqueza e de sinceridade extremas, se sentira acolhida como uma menina e seu urso e dividiu com um outro alguém palavras que outrora não ousava dividir nem consigo mesma, mas que entendia que o silêncio perpetuava um jogo que não era mais apenas seu.
No cair da noite... Duas cores.
O negro e o branco. Assim se pinta a noite que vai caindo... Solidão e saudade me batem à porta e pedem para ficar. Eu deixo. Deixo, porque não tenho companhia nenhuma e sempre é bom receber alguém com um som diferente de nossos passos. Elas me perguntam como estou, como sou... E digo que no momento não sou nada. Olho pela janela, o céu ainda é estranhamente claro por sobre as árvores, mesmo que o sol já tenha se ido há tempos. Ainda me deixo fungar e assoar o nariz na frente de minhas peculiares visitas, mesmo que isto demonstre uma notada falta de consideração por minhas hóspedes, mesmo que corra o risco de que não voltem mais. Mas sei que não hão de abandonar-me jamais, porque também sou a única companhia que têm, sou a única que não sorri, a única que não ama e não conversa. Mesmo servindo chá com bolachinhas para minhas hóspedes, não ousei olhá-las nos olhos, nem emitir qualquer som que não se parecesse com um leve sussuro.
Um telefonema
E essa vida é mesmo como uma selva imensa na qual vamos nos perdendo cotidianamente, cada vez seguindo mais para dentro da mata, mas sempre acreditando que não estamos perdidos... Que estamos apenas seguindo, sabendo perfeitamente para onde. Até que os dias passem, noites caiam e saiam; e aí, quando nos damos conta, não sabemos nem mais se estamos subindo ou descendo. E é precisamente neste ponto que gritamos por socorro! É o momento no qual todos se apegam ao seu Deus ou aos velhos amigos que deixamos para trás após o colégio, que se foram com a faculdade. Embora tenhamos passado longe por tempo demais, alguns ainda nos reconhecem e acolhem... Nos aceitam e telefonam todas as noites, até que as coisas fiquem bem, mesmo que seja um telefonema curto, quase mudo e com a voz fraca:
- Hã... Oi! Só liguei para você saber que continuo na linha.
- Hã... Oi! Só liguei para você saber que continuo na linha.
A pessoa errada
O que chamamos de pessoa certa, na verdade quer dizer "pessoa errada". É, porque afinal, no que é que ela está certa?! Ela está sempre no lugar errado, na hora errada e com pessoa errada... Jamais está no lugar certo, jamais está onde deveria estar, que é aqui do meu lado. Quando passamos a vida toda esperando pela pessoa certa, na realidade é porque esperamos a vida toda pela pessoa errada, mas que apesar de estar sempre errada, ainda poderá nos fazer feliz, poderá arrancar sorrisos sinceros e palavras justas. E, no final das contas, é muito mais do que esperávamos que a pessoa certa fosse.
sábado, 22 de janeiro de 2011
Nosso roteiro imaginário é a maneira improvisada de viver a vida...
Pensa(mente)
"O nosso receio mais profundo não é não sermos bons o bastante. Nosso receio mais profundo é sermos fortes além da medida. É a nossa luz, não a nossa escuridão, que nos assusta. Nós nos perguntamos: "quem sou eu para ser brilhante, belo, talentoso e notável?" Na verdade, quem você não é para ser assim? Você é filho de Deus.Sentir-se pequeno não ajuda o mundo em nada. Não há nada dignificante no ato de se diminuir para que os outros não se sintam mal à sua volta. Nascemos para manifestar a glória de Deus presente em nós. Ela não está apenas em alguns, está em todos nós. E, ao deixarmos a nossa própria luz brilhar, damos permissão inconsciente às outras pessoas para fazer o mesmo. Ao nos livrarmos do nosso próprio medo, a nossa presença liberta naturalmente os outros." (Marianne Wiliamson)
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Rosas sobre a mesa
Hoje estava pensando nas flores. Não nas flores dos campos ou dos jardins, majestosas e marcantes... Estava pensando nas flores compradas nas floriculturas, aqueles buquês lindos e imensos, que num piscar de olhos já não são mais nada. E foi exatamente isto que senti.
Um buquê de rosas vermelhas fica lindo sobre a mesa, mas no exato momento em que o ganhamos já não têm mais a beleza que tinham ao serem retirados das salas geladas de uma floricultura, nem terão o mesmo cheiro e o mesmo brilho quando os convidados da festa tiverem todos ido embora.
Na realidade, a vida é mesmo assim. E ao olhar meus pais, foi isto que percebi: eles estão envelhecendo.
Minha mãe já não conserva mais o mesmo brilho nos olhos de quando eu saí de casa pela primeira vez para demorar a voltar. E ficar seis meses fora, são marcas de 3 anos em seu rosto. Da mesma forma, meu pai mostra cabelos brancos, seu andar parece arrastado e ouço-o constantemente reclamar. Ambos estão numa fase em que tudo dói, tudo move e nada fica no lugar. Percebo que vão se matando aos poucos, por isso os identifico com as rosas. Estão sobre minha mesa e olho-as com toda a atenção quando saio para o trabalho, porém quando volto as rosas estão mais escuras, não têm mais o mesmo cheiro e nem libertam em mim o mesmo sentimento de que dispunham antes de eu ir trabalhar. E assim o tempo passa... E nada volta, mas tudo muda. Quando mais seis meses passam, mais três anos se seguem em seus rostos e tudo o que me resta é dizer um olá fraco e quase sem sentido, de uma filha que não tem mais palavras, porque fez tudo o que devia, mas sabe que não foi tudo o que poderia.
Então, eu não sei se a vida é curta ou longa demais pra nós, mas sei bem que nada do que vivemos faz sinceramente sentido se não conseguimos tocar o coração das pessoas. Mas não, isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida! É o que faz com que não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira e pura, enquanto durar e mesmo que envelheça.
- Para P. e J.
Um buquê de rosas vermelhas fica lindo sobre a mesa, mas no exato momento em que o ganhamos já não têm mais a beleza que tinham ao serem retirados das salas geladas de uma floricultura, nem terão o mesmo cheiro e o mesmo brilho quando os convidados da festa tiverem todos ido embora.
Na realidade, a vida é mesmo assim. E ao olhar meus pais, foi isto que percebi: eles estão envelhecendo.
Minha mãe já não conserva mais o mesmo brilho nos olhos de quando eu saí de casa pela primeira vez para demorar a voltar. E ficar seis meses fora, são marcas de 3 anos em seu rosto. Da mesma forma, meu pai mostra cabelos brancos, seu andar parece arrastado e ouço-o constantemente reclamar. Ambos estão numa fase em que tudo dói, tudo move e nada fica no lugar. Percebo que vão se matando aos poucos, por isso os identifico com as rosas. Estão sobre minha mesa e olho-as com toda a atenção quando saio para o trabalho, porém quando volto as rosas estão mais escuras, não têm mais o mesmo cheiro e nem libertam em mim o mesmo sentimento de que dispunham antes de eu ir trabalhar. E assim o tempo passa... E nada volta, mas tudo muda. Quando mais seis meses passam, mais três anos se seguem em seus rostos e tudo o que me resta é dizer um olá fraco e quase sem sentido, de uma filha que não tem mais palavras, porque fez tudo o que devia, mas sabe que não foi tudo o que poderia.
Então, eu não sei se a vida é curta ou longa demais pra nós, mas sei bem que nada do que vivemos faz sinceramente sentido se não conseguimos tocar o coração das pessoas. Mas não, isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida! É o que faz com que não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira e pura, enquanto durar e mesmo que envelheça.
- Para P. e J.
Porque sei.... E acredito!
Porque a força de dentro é maior.
Maior que todo mal que existe no mundo.
Maior que todos os ventos contrários.
É maior porque é do bem.
E nisso, sim, acredito até o fim…
(Caio F. Abreu)
Maior que todo mal que existe no mundo.
Maior que todos os ventos contrários.
É maior porque é do bem.
E nisso, sim, acredito até o fim…
(Caio F. Abreu)
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