Supere isto. E se não puder, supere o vício de falar a respeito (Caio Fernando Abreu). ESCREVA.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Despedida
Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces ? - me perguntarão. -
Por não Ter palavras, por não ter imagem.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras ?
Tudo.
Que desejas ?
Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação ...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão !
Estandarte triste de uma estranha guerra ... )
Quero solidão.
- Cecília Meireles
- Para A. S. B., você, que com teu brilho iluminou minha vida e meu caminho, que foi uma das grandes estrelas do meu céu. Você, que tantas lições nos ensinou, mas quem eu sempre vou achar que se foi cedo demais. Obrigada por me permitir uma despedida. Obrigada pelos olhares, pelo carinho, pela emoção, pelo cuidado. Obrigada, minha avó, obrigada por ficares em meu coração.
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