As histórias não precisavam ser verdadeiras, apenas possíveis. Talvez por isso ela fosse tão sozinha. Talvez suas histórias bastassem. Sam admirara a facilidade com que ela se transferira pra o acampamento, usando suas poucas coisas, como sempre fazia, para transformar uma tenda em casa. (...) Era incrivelmente adaptável, capaz de aceitar um novo encargo num piscar de olhos e frequentemente falava de sua vida errante com satisfação. Houve um tempo em que Sam invejou sua instabilidade porque ele mesmo estava preso às prestações de uma casa em Sacramento, com os filhos adultos e os netos pequenos morando na vizinhança, e a ex-mulher, com quem mantinha boas relações, ainda no bairro, e a mãe inválida morando num asilo próximo. (...) Ele deixara de invejar Érica, porém, num Natal quando estava numa escavação no deserto de Mojave e Sam voltara a casa para passar o feriado com a família, enquanto Érica ficara para catalogar ossos. (...) Sam achou que isso era a coisa mais solitária que já ouvira.
- Bárbara Wood, in Solo Sagrado, p. 77.
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